Da literatura, à música, passando pelas artes plásticas e pelo cinema, quais são as preferências do Papa Francisco? No 10.º aniversário do pontificado de Francisco, o 7MARGENS dará conta de 10 escolhas culturais de Jorge Mario Bergoglio.
Uma cançoneta ligeira não é o que de mais previsível se esperará descobrir entre os discos de um sumo pontífice da Igreja Católica Apostólica Romana, mas Nessuno mi puo’ giudicare, de Caterina Caselli, encontra-se num dos lotes de gravações do Papa Francisco que o cardeal Gianfranco Ravasi levou para a audioteca que constituiu com cerca de dois mil CD e vinis de Francisco. Pouco ou nada se conhecerá sobre a apreciação papal da popular canção que participou no Festival de Sanremo de 1966, mas numa fotografia que Gianfranco Ravasi divulgou no Instagram, pouco antes do Sanremo do ano passado, encontram-se outras obras que, essas sim, correspondem ao que se sabe serem os gostos musicais de Jorge Mario Bergoglio.
“Guiar e ser guiado, ter a responsabilidade de cuidar do outro… são imagens de ternura, não são? O tango é uma melodia que evoca nostalgia e esperança”, disse o Papa a Antonio Spadaro, director da revista Civiltà Cattolica. Em “Un tango per Papa Francesco”, um artigo publicado no jornal La Stampa, Domenico Agasso recorda a afirmação e o gosto confessado de Francisco pelo tango, música que, aliás, o jovem Jorge Mario Bergoglio dançou.
Não se estranhará, portanto, que o bandoneonista e compositor argentino Astor Piazzola (1921-1992) se encontre entre os eleitos musicais e que Piazolla – Hoy, com interpretação da Orquesta Estable del Teatro Colon, dirigida por José Carli, figure entre os discos do Papa Francisco.