
A “sala de aula da pandemia”, com 168 cadeiras vazias, cada uma delas simbolizando um milhão de crianças que está a ficar para trás. Os mais marginalizados pagam o preço mais elevado, alerta a diretora da Unicef. Foto © UNICEF/UN0423792/Chris Farber.
A Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) estima que mais de 168 milhões de crianças em todo o mundo perderam um ano escolar inteiro devido ao encerramento continuado das suas escolas e que cerca de 214 milhões ficaram sem mais de três quartos do tempo letivo desde o início da pandemia. De acordo com o estudo divulgado nesta quarta-feira, 3 de março, os alunos latino-americanos foram os que mais sofreram com o fecho de escolas, dado que em nove países do subcontinente os estabelecimentos escolares estiveram encerrados durante um ano ou mais, afetando 98 milhões de alunos.
Em anterior publicação, a UNESCO estimava que o total de crianças afetadas por interrupções mais ou menos longas dos seus processos educativos ascende a 888 milhões.
“O fecho das escolas criou uma emergência educativa catastrófica. Cada dia que passa, as crianças impedidas de aceder ao ensino presencial ficam cada vez mais para trás, com os mais marginalizados a pagar o preço mais elevado”, afirmou a diretora executiva da Unicef, Henrietta Fore, na apresentação do estudo que recolheu dados entre 11 de março de 2020 e fevereiro de 2021. “Não podemos entrar num segundo ano em que estas crianças tenham um ensino presencial limitado, ou nulo. Nenhum esforço deve ser poupado para manter as escolas abertas, ou para lhes conceder toda a prioridade nos planos de desconfinamento”, concluiu a responsável da organização.