
As empresas de exploração dos recursos naturais são comprovadamente responsáveis por mais de um terço das mortes: Colômbia, México, Filipinas e Brasil são os países em que foi possível comprovar maior número destes crimes. Na foto de arquivo, manifestação durante Acampamento Terra Livre de 2017. Foto © Guilherme Cavalli_Cimi
O número de ativistas ambientais assassinados que é possível documentar subiu no ano passado para 227, refere a Global Witness no seu relatório “A Última Linha de Defesa” publicado ontem, dia 13 de setembro. A organização contabiliza apenas os assassinatos de pessoas de quem conhece o nome e analisou as circunstâncias da morte. E não tem dúvidas de que apenas consegue documentar uma parte muito reduzida da violência praticada contra os ambientalistas.
“À medida que a crise climática se intensifica, a violência contra aqueles que protegem as suas terras e nosso planeta também aumenta”, lê-se no relatório para cujos autores é claro que “a exploração irresponsável e a ganância que impulsionam a crise climática também geram a violência contra os defensores da terra e do meio ambiente.”
As empresas de exploração dos recursos naturais são comprovadamente responsáveis por mais de um terço das mortes e a Colômbia (65), México (30), Filipinas (29) e Brasil (20) são os países em que foi possível comprovar maior número destes crimes. No ano passado em média foram mortos todas as semanas quatro defensores da terra.
O relatório anual sobre os temas ambientais é divulgado desde 2012 e os ativistas são nele definidos como “pessoas que ousam tomar posições e desencadear ações pacíficas contra a exploração injusta, discriminatória, corrupta, ou prejudicial dos recursos naturais ou do ambiente.”
A Global Witness foi fundada em 1993 com o objetivo de defender “um planeta mais sustentável, justo e igualitário” e conseguir que “as florestas e a biodiversidade prosperem, os combustíveis fósseis permaneçam no solo e as empresas deem prioridade aos interesses das pessoas e do planeta.”