
Autoridades demoram a encontrar consensos no que diz respeito à construção dos palcos para os eventos da JMJ. Foto: Direitos reservados.
A preparação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) continua envolta em polémica no que diz respeito aos custos e às obras relativas à construção dos palcos que deverão permitir a realização dos eventos centrais da JMJ em agosto próximo.
Uma notícia da TVI/CNN Portugal emitida neste domingo, 29, mostra dois projetos, alegadamente mais baratos e que teriam sido rejeitados pelo presidente da Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU), atrasando o processo e levando a que a adjudicação para este projeto tivesse de acontecer por ajuste direto. Os autores dos projetos, ambos arquitetos da SRU, já não estarão ligados à JMJ: uma arquiteta saiu da empresa e o outro está, segundo a TVI, em regime de licença sem vencimento.
A polémica estalou quando o Observador anunciou o valor que constava no portal BASE de um projeto para o palco que receberá o altar e os outros espetáculos previstos para os dois últimos dias no Parque Tejo. Depois disso, multiplicaram-se as intervenções e explicações da Câmara Municipal de Lisboa, da Fundação JMJ Lisboa 2023 e do Governo, que sexta-feira emitiu um comunicado no qual explicava que a intervenção no projeto terá uma comparticipação total de 30 milhões de euros, por parte da Administração central.
Deste valor, 8,2 milhões foram já adjudicados no “âmbito da requalificação, valorização ambiental e fruição da zona ribeirinha do parque da Bobadela” através da deslocação dos contentores que ali se encontravam há anos sem solução à vista, diz o comunicado do Governo.
O resto do valor da comparticipação do Estado inclui “os montantes relacionados com a unidade de missão, a aquisição das torres multimédia, instalações sanitárias, transmissão televisiva, abastecimento de água, ponte militar, promoção do país no estrangeiro, centro de comando e segurança, centro de apoio à imprensa nacional e internacional” e ainda o “apoio, nomeadamente, na área da saúde, segurança, socorro e mobilidade”, segundo se pode ler no comunicado enviado ao 7MARGENS.
Para além deste, falta ainda conhecer de forma mais oficial o projeto que está pensado para o Parque Eduardo VII, que deverá acolher a missa de abertura, o acolhimento do Papa aos jovens e a Via Sacra, em dias diferentes da semana da JMJ, e que o Presidente da República terá pedido que fosse parado e repensado, o que já foi assumido também pela estrutura da JMJ.
Deste projeto para o Parque Eduardo VII, circula já um esboço em diferentes médias e nas redes sociais, mas a Fundação JMJ Lisboa 2023 ainda não o terá validado, pelo que não há certezas nem sobre o desenho nem sobre o custo. O Observador (notícia para assinantes) avança ainda que estará em cima da mesa a possibilidade de anular o palco do Parque Eduardo VII, e passar todos os eventos para o Parque Tejo.
Segundo indicou Américo Aguiar, presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, está marcada para esta semana uma reunião entre todos os intervenientes no processo, na qual deverão ser feitos os ajustes ao projeto que permitam baixar o preço dos palcos do Parque Tejo e do Parque Eduardo VII. O Vaticano, questionado sobre o assunto, refere que não lhe cabe interferir no processo, como aliás tem sido norma em todas as anteriores jornadas.