
“As práticas artísticas” são “capazes de agilizar” a chegada dos direitos humanos “à agenda mediática e política”, sublinha a organização da Conferência Internacional Art and Human Rights. Foto: Direitos reservados.
O impacto da arte na criação de uma agenda voltada para a defesa e promoção dos direitos humanos estará em debate esta quinta e sexta-feiras, dias 20 e 21 de maio, numa conferência internacional, que decorrerá na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, mas poderá também ser acompanhada através da internet. Na segunda-feira, dia 24, o evento terá uma extensão exclusivamente online.
Organizada conjuntamente pela Amnistia Internacional Portugal, pelo Instituto de História da Arte (da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa) e pelo Chão de Oliva – Centro de Difusão Cultural, a conferência será um espaço para partilha de investigação académica e de diferentes conceitos associados às artes e ao ativismo, na qual serão também identificados artistas em risco pelas suas práticas artísticas, de forma a analisar os limites à liberdade de expressão das suas situações.
Como descreve a organização, “as artes, ao integrarem temáticas de direitos humanos como as alterações climáticas, crise de refugiados ou ascensão de regimes autoritários nas suas práticas, contribuem para o debate e pensamento crítico, afirmando-se um agente de mudança social”.
É nesta perspetiva que “as práticas artísticas” têm “um papel fundamental”, aponta a organização, sendo “capazes de agilizar” a chegada dos direitos humanos “à agenda mediática e política”, uma vez que “muitas vezes, questões de direitos humanos, apesar de pertinentes e atuais, carecem da devida atenção que a sua urgência pede”.
A Conferência Internacional Art and Human Rights contará com a presença de investigadores, artistas, ativistas e outros agentes que trabalham nas intersecções da arte e dos direitos humanos em todo o mundo. Entre os vários investigadores presentes estarão Manfred Nowak, advogado de Direitos Humanos, secretário-geral do Global Campus of Human Rights em Veneza (Itália) e que, entre outros cargos internacionais, lidera o estudo da ONU sobre Crianças em Privação de Liberdade; e Gregory Sholette, artista, escritor, ativista e professor, que é especialista em história e teoria da arte socialmente comprometida e um dos mais conceituados teóricos sobre Arte e Ativismo.