Vinte anos depois do início da experiência da Comunidade da Serra do Pilar, em 1975, esta constituía um caso único no país, particularmente devido ao inovador projeto de catecumenato posto em prática pelo padre Arlindo Magalhães. A celebração de domingo, com uma participação média de mais de 300 pessoas, constituía “o ponto de chegada e o ponto de partida para uma vivência autenticamente cristã”, dizia este responsável, que morreu nesta quarta-feira, 18, na sequência de uma queda, como se conta noutro texto do 7MARGENS. A reportagem a seguir faz um retrato da experiência da Comunidade Cristã da Serra do Pilar. Foi publicada no Público de 5 de Fevereiro de 1995 e deve ser lida com as referências temporais daquela data.
O padre Arlindo Magalhães presidindo à eucaristia na Comunidade Serra do Pilar. Foto: Direitos reservados
Não estava previsto, mas aconteceu assim: havia gente que “andava perdida, muito zangada com Deus ou, na maior parte dos casos, com a Igreja”. Admitamos que essas pessoas, sinceras, andavam “à procura de alguma coisa”. A Serra do Pilar, melhor dito, a Comunidade Cristã da Serra do Pilar, acabou por se converter, em 20 anos, num espaço de acolhimento, no Grande Porto, para toda essa gente. Não estava previsto, mas aconteceu assim.
Esta é a melhor varanda sobre o Porto: do morro da serra, o mosteiro e o quartel lado a lado, avista-se toda a beleza granítica da Invicta. Ao fundo, a Foz e o mar, a Ponte da Arrábida mais próxima, os Clérigos, a Câmara e a Sé destacados quase em frente. Junto ao Douro, as cores e o sabor popular da Ribeira e, mais para a direita, o rio apertando-se por ali acima.
Para muitos, o nome da serra trará à memória a ocupação do então Regimento de Artilharia da Serra do Pilar (RASP), pelos soldados, em Outubro de 1975. Viviam-se os tempos quentes do processo revolucionário pós-25 de Abril e um dos episódios mais dramáticos da luta político-militar desenvolveu-se ali.
Ao lado, na igreja do antigo Mosteiro dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho (que inclui um claustro circular único no país, actualmente na posse do quartel), tinha começado poucos meses antes, em Novembro de 1974, uma experiência que daria que falar — e polemizar. Agora, a Comunidade Cristã da Serra do Pilar está a assinalar os 20 anos dessa experiência, com um programa que se prolonga até Maio.
Nesse tempo, quando foi mandatado para ir trabalhar na Serra do Pilar, o padre Arlindo Magalhães tinha 30 anos e uma grande vontade de fugir aos esquemas pastorais mais comuns na Igreja. No início, a ideia era apenas a de celebrar missa aos domingos num local de culto que, até aí, se limitava a ser gerido por uma irmandade que promovia uma festa anual no dia 15 de Agosto.
Arlindo Magalhães veio ocupar um lugar até então exclusivo da Irmandade de Nossa Senhora da Glória do Pilar, o que provocou um conflito de responsabilidades. Por isso e por ter sido nomeado pelo então bispo do Porto, António Ferreira Gomes — que regressara a Portugal pouco antes do 25 de Abril, depois de ter sido forçado ao exílio por Salazar —, Arlindo Magalhães foi classificado, “antes de saberem” quem ele era, como “um comunista, mandado pelo bispo comunista”.
O Documento 9 de Maio
Um baptizado na Comunidade da Serra do Pilar. Foto: Direitos reservados
O culminar do conflito com a irmandade é ainda hoje lembrado como uma espécie de acontecimento fundador. Num texto, escrito pelo padre Arlindo [na Serra do Pilar usa-se mais o termo presbítero, mas deixe-se aqui passar a palavra, por facilidade] e datado de 9 de Maio de 1976, o responsável da capelania denunciava o que considerava as “pressões e ameaças” e proibia “qualquer recolha de ofertas de dinheiro” em actos litúrgicos realizados na igreja.
Ao mesmo tempo, nomeava uma comissão administrativa que passaria a gerir os dinheiros oferecidos para a vida da comunidade e prestaria contas a esta e ao seu presidente, bem como à cúria episcopal do Porto.
Nos considerandos do texto, Arlindo Magalhães não poupava queixas e denúncias: a irmandade reivindicava “para si o direito de orientar a actividade pastoral na Serra do Pilar”, o que não lhe competia, e fazia “toda a espécie de pressões e ameaças” para que o novo capelão se demitisse ou fosse afastado. Não podia ser.
“A pregação do evangelho não pode sofrer pressões ou ameaças seja de quem for e de que estilo forem, sob pena de a Igreja poder ser conivente no amordaçar do mesmo evangelho”, justificava o presbítero, “perfeitamente consciente dos riscos físicos, morais e pastorais” a que se expunha.
Alguns dos membros da irmandade, que então se afastaram, acabariam por regressar.
Bem longe do objectivo de manter apenas uma festa religiosa popular uma vez no ano, Arlindo Magalhães trazia cinco intuições: “A tolerância, a renovação da liturgia, o discurso da fé, a preocupação cultural e a partilha.” Trocado por miúdos: “Refazer o tecido social, pegar nas pessoas, torná-las fraternas, capazes de estabelecerem relações humanas.”
E fazer com que o discurso da fé não se reduzisse a uma abstracção: “Era ajudar pessoas a tomar consciência da sua dignidade, como a velhota [e este é um caso real] que, com 60 ou 65 anos, aprende a ler.”
Na sua primeira homilia, em 3 de Novembro de 1974, o padre Arlindo vincaria de outro modo as mesmas ideias: “É para isso que estou aqui: empenhado em descobrir convosco o rosto verdadeiro da Igreja, enegrecido, talvez escondido, por poeira de séculos; empenhado em descobrir convosco o verdadeiro dinamismo da palavra de Deus, numa liturgia viva e rica e numa vida de critérios evangélicos; empenhado em descobrir convosco o lugar de cada um no seio da comunidade cristã.”
“Não há casos, mas pessoas”
Grupo de jovens da Comunidade Serra do Pilar. Foto: Direitos reservados.
Em termos humanos e sociais, a comunidade é muito diversificada. “Não é verdade” que sejam só ricos, diz Arlindo Magalhães. No princípio, apareciam pessoas das redondezas. A zona de Gaia onde a Serra do Pilar se situa só a partir da década de 30 começou a ser habitada, com a abertura da Avenida da República.
Nos últimos 20 anos, transformou-se em zona comercial e de serviços. Ao mesmo tempo, numa zona de baldios situada na encosta que se precipita para o Douro — a Escarpa da Serra, que surge em toda a sua dimensão do lado esquerdo, quando se atravessa a Ponte D. Luís, do Porto para Gaia —, várias pessoas começaram a construir habitações precárias, que deram origem a um bairro degradado, sem condições e com alguns problemas de marginalidade.
Depois, foi aparecendo gente de outros sítios e de diferentes estratos económicos. “Mas já estava tudo a mexer”, afirma o padre Arlindo. Na Escarpa e à volta da Serra acabaram por se “desencantar casos de humanidade, como os das crianças que não comem ao sábado e ao domingo por não terem a refeição da escola”. O desafio foi “não arranjar dinheiro para ajudar o imediato, mas inscrever as pessoas na Segurança Social ou levá-las às consultas médicas quando necessário”.
“Não há casos a atender, mas pessoas em situação de necessidade”, costumava dizer Arlindo Magalhães, numa expressão hoje adoptada pela comunidade. Dito de outro modo, esta é uma comunidade em que cada um deve “ter rosto e nome” — aliás, o título das iniciativas de comemorações do 20º aniversário.
O empenhamento social é uma das características marcantes. Os grupos de partilha fraterna e de justiça e paz coordenam essa área, gerindo “disponibilidades e talentos”, tentando reflectir cada caso e provocando respostas concretas. Neste momento, a comunidade anima um centro de convívio e um trabalho sistemático de apoio às crianças da Escarpa, em cujo bairro há um total de 60 famílias que são ajudadas com géneros.
“As situações é que vêm ter connosco”, diz Margarida Ferreira, 32 anos, casada, dois filhos. Licenciada em Direito mas a trabalhar na gerência de uma empresa de mobiliário em São João da Madeira, ela é a alma da dinâmica social da comunidade. E conta histórias concretas, com nomes e lugares.
Como a da criança que tinha uma unha infectada e que foi levada ao hospital para ser sujeita a três operações; ou a dos passeios da catequese durante os quais se registaram desmaios. “Fomos a correr para o hospital: era fome.”
Falar da Igreja e aprender história
Grupo de crianças numa festa de primeira comunhão, na Comunidade da Serra do Pilar (Gaia). Foto: Direitos reservados
Apesar da sua importância, a dinâmica social não é o centro da vida da Comunidade Cristã da Serra do Pilar. Tudo o que ali se passa gira, antes, em volta de duas dinâmicas complementares: o catecumenato de adultos e a celebração dominical.
Na expressão de Arlindo Magalhães, o catecumenato é “definidor” da própria comunidade, enquanto a eucaristia do domingo é o “grande espaço de referência”, onde se procura fazer “a síntese, e espaço de comunicação”.
O catecumenato, existente desde 1976, destina-se a “todos os que após a sua catequese de infância não aprofundaram mais a sua fé e desejem uma consciência adulta de cristãos”. Trata-se, para simplificar, de um curso em quatro anos que aprofunda a “Introdução à história da salvação” (Bíblia), a liturgia, os sacramentos e a história da Igreja.
São duas sessões por semana (uma de formação, outra de oração) em grupos de cerca de dez pessoas, orientados pelo presidente da comunidade ou por outros convidados, segundo as necessidades.
O catecumenato é um “caminho aberto a pessoas muito diversas — analfabetos, licenciados — e permite o contacto entre gente que tenta dizer a sua fé a partir de experiências completamente diferentes”, avalia Paulo Melo, professor do ensino secundário e um dos responsáveis actuais pela condução do catecumenato.
Processo de iniciação na fé, ele é também “um serviço de educação de adultos”, sublinha, porque o grupo aprende história da Igreja e, “a par disso, percebe, por exemplo, o que é o Renascimento ou a Idade Média”.
A celebração de domingo, com uma participação média de mais de 300 pessoas, constitui “o ponto de chegada e o ponto de partida para uma vivência autenticamente cristã”, diz Arlindo Magalhães. A arquitectura circular da igreja permite também alguma criatividade nas dinâmicas adoptadas.
É apoiada por uma folha onde todos os textos fundamentais, incluindo a homilia, estão escritos e por uma outra, distribuída no final, sobre um tema de actualidade, de doutrina ou de reflexão. Na maioria das vezes, as crianças ficam numa outra sala durante a primeira parte da celebração, juntando-se depois aos adultos.
No total, a comunidade tem 12 grupos organizados e cerca de 80 pessoas que semanalmente neles desempenham alguma tarefa. Estão organizados os serviços de acolhimento, música, leitores e ministros da comunhão, no que respeita à liturgia; catequese de infância e grupo de jovens e também os serviços gráficos, administrativos e de limpeza, além dos já citados grupos de partilha fraterna e de justiça e paz.
E ainda um outro, o do pão eucarístico, que confecciona semanalmente o pão próprio para as celebrações litúrgicas da comunidade — um pão sem fermento, que é dado em pequenos pedaços, que não têm nada que ver com as tradicionais hóstias.
A vida da comunidade expressa-se também em actividades culturais — música, cinema, passeios a locais “que têm a ver com as raízes históricas e culturais” — e por outros momentos de vida em comum.
Uma presidência colectiva
Celebração de oração, reconhecimento e bênção de dois membros divorciados da Comunidade Cristã da Serra do Pilar, que então se casaram civilmente. Foto: Direitos reservados.
Há três anos, o padre Arlindo foi estudar para Salamanca e a comunidade passou a ter, por decisão do bispo do Porto, Júlio Rebimbas, uma presidência leiga.
Colocado perante o convite para ficar a presidir à vida da Comunidade Cristã, Vasco Fernandes, 59 anos, fez uma contraproposta: organizar uma presidência colegial. “Não vivo aqui, não me encontro com as pessoas no café”, explica. Tornava-se necessário ter uma equipa que fizesse a ligação ao lugar.
Além de Vasco Fernandes, casado, com dois filhos, técnico superior do Ministério da Educação, e de Margarida Ferreira, foram ainda escolhidos José Campos, professor universitário, empresário do comércio têxtil, casado, dois filhos, e Manuela Gonçalves, professora primária reformada, casada, três filhos.
O facto de haver dois homens e duas mulheres também não é casual. “A Igreja está muito marcada pelo masculino e a sensibilidade feminina é importante em comunidade”, diz Vasco Fernandes. A comunidade assumiu a nova presidência como um grupo e o bispo do Porto, para confirmar a experiência, deslocou-se à Serra para investir a equipa nas suas funções.
A experiência suscita a Vasco Fernandes outras reflexões: “Há-de chegar o momento em que por causa do envelhecimento do clero não será certo que se possa ter a dinâmica celebrativa” da missa todos os domingos. O que trará consigo uma “Igreja menos clerical”.
“Um dia direi tudo o que sinto”
A história da comunidade e da experiência destes 20 anos “foi acontecendo na procura” das intuições originais. Ao fim destas duas décadas, a avaliação do padre Arlindo é positiva: “A Serra do Pilar nunca foi nem um grupo fechado nem enquistado.”
Pelo contrário, regista-se uma grande “capacidade de tolerância”, que vai até à dimensão política, com pessoas de diferentes cores políticas — e membros de assembleias municipais — a respeitar-se na diferença e a criar laços de amizade.
As dificuldades maiores, nota Arlindo Magalhães, vieram de onde não seriam de esperar: do meio eclesiástico. A Serra era vista como uma experiência ousada ou apontada como uma comunidade para elites. “Fugia dos esquemas pastorais” que predominavam. O primeiro documento oficial da Igreja a promover o valor das pequenas comunidades — a exortação “Evangelii Nuntiandi”, do Papa Paulo VI — só apareceria em 1975.
Arlindo Magalhães defende que a Igreja tem de entender os mecanismos e as potencialidades do mundo urbano. A organização territorial, por paróquias, está claramente desajustada das necessidades actuais, pensa. “É mais fácil controlar um território do que um grupo vivo”, mas o desafio é que a Igreja seja capaz de se estabelecer “nos circuitos onde vivem as pessoas”.
Para Margarida Ferreira, a experiência positiva da Serra do Pilar também tem um risco: “Achar que somos melhores que os outros.” Por isso, os responsáveis da comunidade decidiram fazer “uma espécie de cruzada de contactos com outras experiências da diocese e da Igreja”.
Mas a melhor avaliação talvez seja a da senhora Virgínia, a tal que com 62 anos decidiu aprender a ler. Dizia ela, numa pequena mensagem de Páscoa (e a citação é textual): “Padre Arlindo: Eu quero que tenha uma páscua muito feliz e a comunidade da Serra são os meus votus. Sinto-me feliz por ter encontrado nesta comunidade a parlavra que Cristo nos tinha prometido graças ao Padre Arlindo — e também ao Leonel e Clerindo que aos 62 anos quis que eu aprendesse a ler e a escrever. Eu tinha muitas coisas a dizer mas por agora fico por aqui um dia direi tudo o que sinto. Virgínia.”
Teologicamente correcto
O padre Arlindo Magalhães, numa celebração na Comunidade da Serra do Pilar. Foto: Direitos reservados
Na Serra do Pilar não é muito correcto falar-se em missa ou em padre ou sacerdote. É preferível dizer celebração e presbítero. E uma festa com uma refeição partilhada diz-se um ágape. As palavras também definem posições: “Não tenho culpa se o Concílio [Vaticano II] nunca fala de padres nem de sacerdotes e utiliza a palavra presbíteros”, justifica, meio a rir, Arlindo Magalhães.
Surgiu naturalmente, esta linguagem teologicamente correcta. Numa comunidade que, como dizia o seu principal responsável quando tomou posse, em Novembro de 1974, pretendia redescobrir “o rosto verdadeiro da Igreja, enegrecido, talvez escondido, por poeira de séculos”, a Bíblia e a vida das primeiras comunidades cristãs tornaram-se referências fundamentais. No início da Igreja não existiam sacerdotes — termo próprio do judaísmo —, mas presbíteros. E um ágape era a refeição festiva com carácter religioso.
Há outros exemplos. No primeiro fim-de-semana de Janeiro, a comunidade organizou a sua vigília da Epifania, a festa litúrgica ligada aos Reis Magos. Vigília? Foi mais um concerto de música antiga, interpretado pelo coro, e um jogral encenado pelo grupo de jovens — cuja qualidade não desmereceria se fosse promovido por uma qualquer instituição cultural. Uma vigília “saudavelmente heterodoxa”, na expressão de Vasco Fernandes, o actual presidente da Comunidade Cristã da Serra do Pilar.
Depois da vigília, o convívio. A festa com o ágape. Com o grupo de jovens a cantar as janeiras, passando em revista toda a vida da comunidade — a ausência do presbítero, a presidência entregue aos leigos, o estado de cada um dos serviços. Por exemplo: “Viva lá o padre Arlindo/ viva os anos que deseja/ para um dia vir a ser/ bispo da nossa Igreja.” Ou ainda: “A presidência coitada/ está pior que o presidente/ anda sempre muito ocupada/ e não tem tempo prà gente.”
À tarde, tinha sido a vez de as crianças reconstituírem os episódios do Natal com a sua linguagem e fazerem a sua festa. Isabel, 11 anos, fez um teatro em que combinava, com três companheiros, que prendas deveriam levar ao Menino: “Deixo-te estas flores porque não tinha mais nada para te dar, as prendas dei aos pobres, mais a roupa e a cestinha.”
Sara, 8 anos, que fez o papel da mãe de Jesus, gostou muito do seu desempenho e do dos companheiros. Daniel, 10 anos, leu uma composição: “O Natal para mim é as pessoas felizes, meninos a abrirem presentes, a enfeitarem a árvore de Natal e a comerem a ceia de Natal com a família. Natal também é paz que todas as pessoas partilham.” E os meninos que não receberam presentes? “Conheço um que mora à beira-mar, teve poucos presentes.”
João, 10 anos, proclamou na sua composição: “Quando nasce uma criança pobre é Natal”.
(Em 1996, Arlindo Magalhães concluiu a sua tese (”São Gonçalo de Amarante — um vulto e um culto“, ed. Câmara Municipal de Gaia), voltando a assumir a presidência da comunidade.)
No momento em que se assinala o 35º Dia Mundial de Luta Contra a Sida (esta sexta-feira, 1 de dezembro), desentendimentos entre republicanos e democratas nos Estados Unidos da América ameaçam a manutenção do Plano de Emergência do Presidente para o Alívio da Sida (PEPFAR), que tem sido um dos principais financiadores do combate à propagação do VIH em países com poucos recursos. Alarmados, os bispos norte-americanos apelam aos legisladores que assegurem que este programa – que terá já salvo 25 milhões de vidas – pode continuar.
Além das “indispensáveis decisões políticas”, o Papa propõe “uma mudança generalizada do estilo de vida irresponsável ligado ao modelo ocidental”, o que teria um impacto significativo a longo prazo. É preciso “mudar os hábitos pessoais, familiares e comunitários”. É necessário escapar a uma vida totalmente capturada pelo imaginário consumista.
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