
Imagem do interior da Igreja de São João Baptista, em Bruxelas, reproduzida do Facebook de Dali Live
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As quase 500 pessoas que estavam em greve de fome há 61 dias numa igreja de Bruxelas suspenderam por agora esta forma de luta, para abrir a porta às negociações com o Governo belga. Alguns destes cidadãos já tinham iniciado também uma greve de sede.
“A greve de fome está suspensa, mas não acabou”, afirmou Tarik, um dos porta-vozes do grupo de migrantes “sem papéis”, que se instalou na Igreja de São João Baptista da Béguinage, Bruxelas, noticiou a imprensa.
Segundo o jornal francês Le Monde, o conteúdo do acordo, negociado entre uma delegação de personalidades belgas — advogados, ativistas — escolhidos por estes migrantes sem documentos, e Sammy Mahdi, o secretário de Estado de Asilo e Migração (do partido Democrata Cristão Flamengo, CD&V), é bastante vago. Muitos destes cidadãos vivem e trabalham na Bélgica há anos, mesmo décadas, mas uma lei draconiana impede-os de aceder à legalização da sua situação.
Depois de críticas intensas à “surdez” e insensibilidade do executivo belga, o governante veio admitir por agora um “exame individual dos processos”, recusando uma “regularização coletiva”, de acordo com Sieghild Lacoere, o seu porta-voz.
Sammy Mahdi explicou que os migrantes sem documentos podem enviar um pedido individual de regularização e seguir o percurso habitual para o seu processo. Essa revisão será acelerada, mas nada mais.
Os migrantes vão manter-se na igreja, onde foram acolhidos pelo padre responsável, como já tinha noticiado 7Margens. A luta pela regularização continua.