Moçambique

A guerra esquecida em Cabo Delgado: soldados queimam cadáveres

| 14 Jan 2023

Ataques geraram nova onda de deslocados, cerca de 2500 pessoas, no Norte de Moçambique. Foto © AIS

Ataques em maio de 2022 geraram nova onda de deslocados, com cerca de 2500 pessoas, no Norte de Moçambique. Cabo Delgado continua a ser uma “guerra esquecida”, denuncia a Amnistia. Foto © AIS

 

A Amnistia Internacional (AI) denunciou a violência que contra civis, execuções extrajudiciais e outras violações dos direitos humanos e do direito humanitário internacional que continuam a ocorrer em Cabo Delgado, província no norte de Moçambique. 

O diretor da Amnistia para a África Oriental e Austral, Tigere Chagutah, notou que “o vídeo viral, que mostra soldados a queimarem cadáveres, é outro evento horrível que dá uma ideia do que está a acontecer longe da atenção da comunicação social internacional nesta guerra esquecida em Cabo Delgado”.

“Tragicamente, parece que incidentes de violência contra civis, execuções extrajudiciais e outras violações dos direitos humanos e violações do direito humanitário internacional ainda estão a ocorrer, conforme documentado anteriormente pela AI”, disse, citada num comunicado da organização.

O vídeo, analisado pela AI, ganhou força nas redes sociais em 10 de janeiro. Acredita-se que o incidente tenha ocorrido durante o mês de novembro de 2022 em Cabo Delgado, onde a força regional da Missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique (SAMIM, na sigla inglesa), que inclui tropas da Força de Defesa Nacional da África do Sul (SANDF, na sigla original), tem lutado contra grupos rebeldes armados desde 2021 ao lado das forças governamentais de Moçambique.

O vídeo também mostra pelo menos um membro da Força de Defesa Nacional da África do Sul (SANDF), que é visto a assistir e a filmar o evento. A SANDF divulgou um comunicado em 10 de janeiro, no qual reconheceu a presença de membros do seu exército.

“A queima do que parecem ser cadáveres por soldados é deplorável e provavelmente uma violação da lei humanitária internacional, que proíbe a mutilação de cadáveres e exige que os mortos sejam descartados de maneira respeitosa”, apontou ainda a diretora da Amnistia.

“As autoridades moçambicanas e a SAMIM devem iniciar uma investigação rápida, completa e independente sobre as circunstâncias desses assassinatos e a queima dos corpos e qualquer pessoa contra a qual existam provas admissíveis suficientes deve ser processada em julgamentos justos. A segurança em Cabo Delgado não deve ser feita à custa de violações dos direitos humanos”, completou Tigere Chagutah.

 

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