
“Reunimos muitos sacos, enormes, demos panfletos às pessoas a explicar o projeto e assim passámos duas das melhores horas das nossas vidas.” Foto: Direitos reservados.
Hoje vou falar-vos de como eu e as minhas amigas pensámos e o que sentimos quando avançámos com um projeto para ajudar as pessoas na Turquia e na Síria, devido ao terramoto horrível que ali aconteceu.
Tudo começou na quarta-feira da semana do sismo. Eu já tinha a ideia de que devia fazer algo pela Ucrânia, mas comecei a pensar que não é só a Ucrânia que está com problemas, também estão outros países… Na noite anterior, soube do terramoto e, no instante em que estava a dizer o que sentia à minha mãe, lembrei-me de que poderia fazer um projeto um pouco diferente, agora para ajudar as pessoas da Turquia e da Síria.
Claro que não podia fazer isto sozinha, então chamei as minhas amigas e colegas com quem tenho mais confiança: a Rita Carvalheira, a Benedita Trévidic Brito e a Hadil Benaboura. Convidei-as para fazer este projeto nessa tarde, mas ainda só tinha uma vaga ideia do que seria. No dia seguinte, expliquei melhor a minha ideia e todas decidimos fazer o projeto. Para o realizar, era preciso pedir autorização à direção da minha escola, o Liceu Francês Charles Lepierre.
Enviámos um e-mail para a diretora explicando o nosso projeto. Tratava-se de as pessoas fazerem donativos, como por exemplo conservas, mantas, roupas quentes, fraldas e muitas outras coisas. Em troca, daríamos pulseiras com a cor da Turquia, feitas por nós. Na segunda-feira da semana seguinte, a diretora chamou-me e fomos as quatro falar com ela. A diretora elogiou-nos e disse que adorava a nossa iniciativa, e sugeriu-nos que fizéssemos o nosso projeto com o GPE (uma associação de pais da escola) que também tinha pensado desenvolver uma iniciativa.
No dia seguinte, lá estávamos nós a ajudar muitas pessoas, alegres, orgulhosas e felizes.
Fizemos no total 135 pulseiras, demo-las todas. As crianças ficaram muito felizes de as receber. Reunimos muitos sacos, enormes, demos panfletos às pessoas a explicar o projeto e assim passámos duas das melhores horas das nossas vidas.
Entretanto, já sugerimos fazer um outro projeto, no qual as pessoas poderiam dar dinheiro em troca de pulseiras ou tote bags com frases motivantes, bandeiras da Turquia e da Síria e outros desenhos, já que a UNICEF pediu preferencialmente dinheiro. Aguardamos resposta da diretora.
Concluindo: acho que nestas duas horas me senti muito bem e foram das horas mais alegres que tive. Espero ter ajudado muita gente. Obrigada a todos os doadores, às minhas amigas, à minha diretora e mães e pais do GPE, resumindo, à minha escola.
Clara Rosal Marujo, 12 anos, é aluna do 5ème (7.º ano) do Liceu Francês Charles Lepierre, em Lisboa.