Igreja Anglicana de Inglaterra

Abençoar relações homossexuais, sim. Celebrar casamentos, não

| 18 Jan 2023

“A recusa [dos bispos] em propor a votação para permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo provavelmente enfurecerá os ativistas que desejam mudanças dentro da Igreja.” Foto © Ian Taylor | Unsplash.

O clero anglicano poderá presidir a serviços de oração e de ação de graças para acolher a relação de casais do mesmo sexo, ou a de pessoas do mesmo sexo civilmente casadas, mas não será autorizado a casá-las. Esta é a síntese da recomendação acordada no dia 17 de janeiro na reunião do Colégio e Câmara dos Bispos, reunidos em Londres, que vai ser submetida ao Sínodo Geral da Igreja de Inglaterra (Anglicana), o qual se realiza entre 6 e 9 de fevereiro.

De acordo com a BBC, “a recusa [dos bispos] em propor a votação para permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo provavelmente enfurecerá os ativistas que desejam mudanças dentro da Igreja. Alguns já disseram que pedirão ao Sínodo que recuse a proposta dos bispos” e vote no sentido de mudar a lei canónica para permitir que o clero presida à celebração do casamento de casais do mesmo sexo.

A Igreja Anglicana abriu, em 2017, um período prolongado de consulta intitulado “Viver em Amor e Fé”, a propósito do seu ensinamento sobre o matrimónio, a sexualidade e a forma de acolher as uniões homossexuais. Na semana passada, foram tornadas públicas várias tomadas de posição de bispos favoráveis à mudança do ensinamento tradicional, na linha do que defendeu o bispo de Oxford. Mas, de acordo com fonte citada pela BBC, “o ensinamento da Igreja de que o Sagrado Matrimónio se realiza apenas entre um homem e uma mulher não mudará e não será sequer submetido a votação [durante o próximo Sínodo Geral]”.

O Sínodo Geral é uma estrutura complexa com três assembleias (leigos, padres e bispos) exigindo diferentes maiorias para a aprovação de documentos, conforme a sua apreciação é feita por cada uma das assembleias, ou na reunião de todas elas. De acordo com o Church Times de dia 18 de janeiro, “se houver uma votação da recomendação de abençoar as uniões homossexuais na Igreja pelas assembleias – clero, leigos e bispos – isso exigiria apenas uma maioria simples em cada uma”. O resultado do processo de discernimento  iniciado há cinco anos só será conhecido no dia 9 de fevereiro no termo do Sínodo Geral. Mas, para já, os bispos reunidos na terça-feira redigiram uma carta endereçada à comunidade LGBT em que pedem perdão as estas pessoas pela “rejeição, exclusão e hostilidade” que elas enfrentaram nas igrejas e pelas repercussões que isso teve nas suas vidas.

O debate sobre estas matérias não tem ficado circunscrito ao interior da Igreja de Inglaterra, tendo vários anglicanos, incluindo deputados eleitos por ambos os principais partidos, endereçado cartas abertas aos seus bispos diocesanos de apoio à celebração de casamentos gay na Igreja.

 

Chicotadas, choques elétricos, violações: as crianças do Irão continuam a ser torturadas

Amnistia Internacional denuncia

Chicotadas, choques elétricos, violações: as crianças do Irão continuam a ser torturadas novidade

Os serviços secretos e as forças de segurança do Irão têm cometido atos de tortura, como espancamentos, chicotadas, choques elétricos, violações e outros tipos de violência sexual contra manifestantes de apenas 12 anos, para repreender o seu envolvimento nos protestos em todo o país, denuncia a Amnistia Internacional (AI), assinalando seis meses da revolta popular sem precedentes no Irão, despoletada pela morte sob custódia da jovem Mahsa Amini.

Apoie o 7MARGENS e desconte o seu donativo no IRS ou no IRC

Breves

 

Braga

Concluídas obras de reabilitação na Igreja do Mosteiro de Tibães novidade

Está concluída a intervenção de reabilitação das coberturas e tratamento das fachadas da capela-mor da Igreja do Mosteiro de Tibães, em Braga, que teve como objetivo principal eliminar as infiltrações que ameaçavam “o magnífico espólio que se encontra no seu interior”, anunciou esta segunda-feira, 20 de março, a Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN).

A esposa de um padre ortodoxo que é cúmplice de Putin na deportação de crianças

Maria Lvova-Belova

A esposa de um padre ortodoxo que é cúmplice de Putin na deportação de crianças novidade

Tem um ar angelical, cultiva uma imagem de benfeitora, é casada com um padre ortodoxo, tem cinco filhos biológicos e é mãe adotiva ou tutora legal de outras 18 crianças, e trabalha desde 2021 como comissária presidencial para os Direitos das Crianças na Federação Russa. No entanto, juntamente com Vladimir Putin, que a nomeou para o cargo quatro meses antes do início da guerra, Maria Lvova-Belova é acusada pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) de deportar crianças ucranianas para a Rússia: um crime de guerra que nenhum deles encara como tal, antes pelo contrário.

“No Armário do Vaticano”: uma leitura desconcertante

“No Armário do Vaticano”: uma leitura desconcertante novidade

Embora tenha sido publicado em Portugal em 2019, só agora me atrevi a ler o famoso livro No Armário do Vaticano, escrito pelo jornalista francês Frédéric Martel, que levou por diante uma intensa investigação sobre homossexualidade e poder no interior e nas franjas do Vaticano. O livro deixou-me estupefacto! (Opinião de Jorge Paulo)

Agenda

Fale connosco

Autores

 

Pin It on Pinterest

Share This