Abusos sexuais de menores aumentam durante pandemia

A infância quebrada. Série “Childhood Fracture” (V), de Allen Vandever. Reproduzido de Wikimedia Commons
O número de casos de abuso sexual infantil online aumentou durante o período de confinamento: Europol, Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) e Polícia Judiciária (PJ) registaram um crescimento significativo de tentativas de contactos com menores nas redes sociais e temem que haja ainda muitos casos por denunciar.
A APAV tem assinalado um maior número de contactos através da Linha Internet Segura, utilizada para a denúncia deste e de outros tipos de crimes online, e a PJ revela que está a assistir-se a um crescimento de queixas relativas a conteúdos virtuais ilegais, entre os quais pornografia de menores, noticiou o JN esta terça-feira, 5 de maio. A Europol, por seu lado, desmantelou, só em março, duas redes dedicadas à exploração sexual de crianças.
De acordo com as autoridades, o aumento deste tipo de crimes deve-se ao facto de as crianças passarem mais tempo no computador, sem a supervisão dos pais, e de os próprios adultos em teletrabalho estarem menos protegidos relativamente a ataques informáticos, através dos quais podem ser roubadas imagens e informação sobre os filhos, usadas pelos pedófilos.
As autoridades acreditam ainda que o período de confinamento esteja a potenciar o risco de situações de violência sexual sobre menores, mas também a ocultar muitas dessas situações, dado que um dos principais agentes de denúncia das mesmas são as escolas, das quais as crianças estão neste momento afastadas.