
Foto de satélite da destruição provocada na central nuclear de Fukushima pelo terramoto e tsunami em 16 de Março de 2011, no Japão. Foto: DigitalGlobe / Wikimedia Commons
As comissões de Justiça e Paz e Meio Ambiente das conferências episcopais do Japão e da Coreia do Sul acabam de dirigir uma carta ao primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, manifestando-se contrárias à intenção das autoridades japonesas de lançar no oceano Pacífico as águas contaminadas e armazenadas na central de Fukushima desde o desastre nuclear em 2011, na sequência de terremoto.
A empresa que gere a central calcula que estejam armazenadas mais de um milhão de toneladas de água contaminada e esgotará em 2022 a sua capacidade de armazenamento. Desde 2019 que o problema foi levantado e, nessa altura, o ministro do Ambiente do Japão, afirmou que “a única solução é derramá-la no mar e diluí-la”, faltando apenas conhecer o resultado de relatórios técnicos.
As autoridades nipónicas entendem que, após a filtração a que estão submetidos, os resíduos de trítio já não constituem um perigo. As Igrejas Católicas do Japão e da Coreia vieram agora contestar esse argumento, citando estudos segundo os quais os resíduos de lítio podem causar mortes fetais, leucemia e síndrome de Down, noticia a Asia News. Acrescentam que as garantias oferecidas pelas autoridades japonesas sobre as baixas concentrações da substância radioativa se baseariam em testes ainda incompletos. “Temos uma responsabilidade para as gerações futuras”, alertaram.