
Aspecto da destruição causada no Haiti pelo terramoto de 14 Agosto 2021. Foto © ACN Portugal
A fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) aprovou uma ajuda de emergência de 500 mil euros para a população do Haiti, após o terramoto de magnitude 7,2 na escala de Richter que há uma semana atingiu sobretudo o sul do país e cujo balanço já vai em mais de dois mil mortos, cerca de 12 mil feridos e mais de 115 mil casas destruídas.
“O cenário é insustentável. A população está em choque. Há um mês, o Presidente da República foi assassinado; uma onda de violência e de raptos está a assolar o país; uma grave seca e a falta de água tem colocado a população rural numa pobreza ainda mais profunda, e agora, este terramoto levou milhares de famílias para uma situação dramática.” comentou Thomas Heine-Geldern, presidente executivo internacional da AIS, num comunicado enviado ao 7MARGENS.
As operações de socorro que entretanto se iniciaram foram prejudicadas pela tempestade tropical Grace passou pela costa sul do Haiti. Alguns hospitais ficaram completamente inundados e a situação ainda se agravou mais devido aos feridos causados pelo terramoto, numa altura em que os hospitais estão cheios, relata a AIS.
“Recebemos alguns relatos comoventes. É, de facto, uma situação impossível”, comentou Thomas Heine-Geldern, que pede ajuda de benfeitores que queiram apoiar esta acção de solidariedade.
A fundação tem contactado com os responsáveis das dioceses mais atingidas pelo terramoto, cujo epicentro se localizou a 160 km da capital, para traçar os projectos de ajuda mais necessários neste momento, que serão definidos nos próximos dias. “O terramoto afectou todo o sul do país”, explica Heine-Geldern. “Principalmente as dioceses de Les Cayes, Anse-à-Veau e Jeremie. O terramoto destruiu a única via de acesso a Jeremie, que ficou isolada, por isso temos menos informações sobre esta parte da ilha, mas sabemos que também foi muito afectada”, diz Heine-Geldern.
“Temos consciência do grande esforço feito pela Igreja local para dar esperança às pessoas nesta situação de desespero, depois de tantos desastres naturais, no meio da violência e da pobreza extrema. Não podemos abandonar esta Igreja que luta para apoiar o seu povo nestes tempos difíceis”, acrescenta Heine-Geldern.