
Vigília da Amnistia Internacional, no Palácio de Cristal no Porto, a 6 de maio de 2021, em defesa do respeito pelos direitos humanos na Índia. Foto © Amnistia Internacional – Portugal.
A quarta audição da Índia pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (CDHNU) que terá lugar esta quinta-feira, dia 10 de novembro, em Genebra, “chega num momento em que os direitos humanos e as instituições não controladas [pelo Governo], os meios de comunicação independentes e a sociedade civil enfrentam ataques sistemáticos”, declarou Aakar Patel, presidente da Amnistia Internacional (AI) Índia.
A chamada de atenção de Patel, divulgada na véspera da reunião do CDHNU, pode ser lida no site da organização e reforça o relatório “Índia: minorias perseguidas e redução do espaço de dissidência”, de abril deste ano, em que a Amnistia acusava o Governo da União Indiana de “pouco ou nada ter feito desde 2017 para concretizar as recomendações [do CDHNU] que então aceitou” no que diz respeito aos direitos humanos.
Para a Amnistia Internacional, “os crimes de ódio contra grupos marginalizados aumentaram e multiplicou-se o número de perpetradores que continuam a beneficiar de impunidade”, na medida em que “as autoridades não fizeram nada para impedir os atos de violência contra mulheres e meninas”, ou contra “membros de minorias religiosas, bem como contra membros de determinadas castas e tribos”.
Na longa lista de atropelos aos direitos humanos, a AI refere tanto o crescendo verificado nos últimos anos como o facto de serem frequentemente instigados pelo partido no Governo e pelas próprias autoridades governamentais. Em particular no que diz respeito “à violência religiosa”, terreno em que o Governo instiga “disputas religiosas criando tensão entre a população para fins eleitorais”. [ver 7MARGENS].