
Tanaice Neutro foi detido em janeiro de 2022. Foto: Direitos reservados.
A Amnistia Internacional Portugal (AI) entregou esta quarta-feira, 24 de maio, na Embaixada de Angola em Lisboa, uma petição com cerca de 2.200 assinaturas pela libertação do ativista Gilson da Silva Moreira (conhecido como Tanaice Neutro), músico angolano que usa a sua arte para expressar a opinião sobre questões sociais como pobreza, desigualdade, corrupção e má governação.
Serão entregues cópias das assinaturas nas Embaixadas de Angola em Madrid e em Pretória, na África do Sul, assim como no Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos em Angola, adianta a AI em comunicado enviado ao 7MARGENS.
Tanaice foi detido em janeiro de 2022 (acusado de injúria, associação criminosa, resistência contra funcionário público e rebelião), sendo que, em outubro, o tribunal condenou-o a um ano e três meses de pena suspensa e ordenou a sua libertação imediata, devido ao seu estado de saúde, o que até agora (um ano e cinco meses depois) não aconteceu, assinala a nota à imprensa.
Com a sua saúde a agravar-se, no passado dia 16 de maio foi entreposto pelo advogado do artista um pedido de habeas corpus que, até ao momento, não teve resposta, “e cujo prazo expirou na passada segunda-feira”.
Perante isto, a Amnistia Internacional Portugal criou uma ação urgente e uma petição, e esteve a recolher assinaturas ao longo da última semana, nomeadamente numa ação integrada nos concertos dos Coldplay que tiveram lugar em Coimbra
nos passados dias 17, 18, 20 e 21 de maio.
Além destas ações, a Amnistia Internacional continuará a trabalhar numa campanha pela libertação de Tanaice Neutro, que havia já sido iniciada no início deste mês [ver 7MARGENS], mas também pela liberdade de expressão e de manifestação pacífica em Angola.