“A dor do ser humano era para ele [Tchékhov] mais importante do que a do cidadão”
(Ivan Bounine)
“A tristeza de Tchékhov e dos seus heróis é a tristeza do Eclesiastes, o livro mais desesperado do mundo… nunca se dirá bastante quanto tudo é vanidade; nada na terra pode satisfazer o homem…nada há de novo debaixo do sol… Para todo aquele que não se compraz com a autossatisfação, a vida é trágica.”
(Kourdioumov)

Tchékhov com Olga Knipper, a actriz principal das suas peças: um casamento que não correu bem. Foto: Direitos reservados.
Anton Tchékhov (1860-1904) é um nome grande dos clássicos russos. Geralmente é conhecido pela sua obra dramática: “As peças de teatro cobriram-no de glória”, comenta o seu grande amigo e escritor russo Ivan Bounine (1870-1953) que recebeu o prémio Nobel, em 1933, no exílio, em Paris.
Na verdade, em 1900, o Teatro d’Arte fez uma tournée através da Crimeia com quatro peças de Tchékhov: Cerejal; Tio Vânia; Três Irmãs; A Gaivota. A alemã Olga Knipper, actriz principal que entrava nas suas peças, casou com Tchékhov, mas o casamento não seria feliz.
As peças de teatro tiveram enorme êxito. O dramaturgo esteve presente na estreia, já muito debilitado, recebendo fortes aplausos. Regressou depois a Ialta, onde viveu os seus melhores momentos.
“A arte de narrar contos suplanta a arte dramática”. (Bounine)
Anton Tchékhov nasceu em Taganrog, junto do mar Azov. Os pais eram de origem modesta; da mãe, herdou traços orientais: olhos amendoados e temperamento. O avô do escritor era servo e pagou 3500 rublos pela sua libertação e da família. O pai era dono de uma loja e obrigava os filhos, por turno, a responsabilizar-se pelo negócio. Confiava a Anton os trabalhos mais difíceis. A loja era visitada por toda a espécie de gente que se encontrava para cavaquear um bocado, contando novidades e discutindo. Para Tchékhov, foi a sua primeira e grande escola. Em 1870, a família foi para Moscovo, visto o negócio ter falido.
Anton ficou só em Taganrog para completar o liceu, sendo obrigado a ganhar a vida para pagar os estudos. Em 1879, com 16 anos, junta-se à família em Moscovo.
Trabalhava simultaneamente como jornalista, para ajudar os irmãos e fazer o curso de Medicina. Educava os irmãos mais novos, ensinando-lhes que a dignidade do ser humano não se confunde com o orgulho, a insolência ou a humilhação.
“Adorava curar. Fazia disso uma experiência ética muito importante” (Ivan Bounine)
A sua profissão deu-lhe também grande experiência de vida; trabalhava em hospitais públicos, contactando pessoas de várias categorias sociais, sobretudo os mais pobres. E este facto fez-lhe observar e analisar com mais veemência a alma russa. Desfilam nos seus contos a pequena nobreza rural, meia arruinada, os pobres, os mujiques e as suas mulheres, padres, comerciantes, oficiais, pequenos proprietários, facínoras, estudantes, oficiais, médicos auxiliares. Era um entusiasta da vida, da sua profissão, servindo o povo: dava consultas gratuitas em sua casa a mais de mil camponeses doentes por ano, fornecendo gratuitamente os medicamentos, testemunhava Maria Pávlovna, sua irmã, enfermeira.
“Tchékhov vai ajudar, arranjará dormida, comida, tratamento” (K. Tchukóvski)
“Muitos doentes de tuberculose chegavam a Ialta sem um tostão no bolso. Vinham de Odessa, Kichiniov, Khárkov sabendo que encontravam Anton Pávlovitch Tchékhov. Este tinha um intenso interesse pelas pessoas, ajudando-as, sempre atento à diversidade de vidas. Durante a epidemia da cólera, só, sem assistentes, tomou conta de 25 aldeias”. (Vladimir Nabokov)

“O que é feito com arte é sempre novo” (Tchékhov)
Em 1884, surgiram-lhe os primeiros indícios da tuberculose. A partir de 1888, quando recebeu o prémio literário Puchkin, deixou a sua profissão, dedicando-se por inteiro à escrita.
“Nunca se queixava”, dizia Bounine, o seu grande amigo, autor de uma bela biografia de Tchékhov. “Aguentou durante 15 anos a terrível doença que o minava em direcção à morte.”
Tchékhov trabalhava a sua escrita sem parar, com simplicidade, com frases despojadas, entrando nos resquícios da alma humana. Criou personagens comoventes, outras repugnantes, mas em todas elas fervilha a vida em diferentes matizes. Com as suas fragilidades, fraquezas, infelicidades, alegrias, próprias de todos os seres humanos; mas também a descrição das longas estepes, de uma nuvem, dos caminhos tortuosos de florestas, da neve, do choro e do riso, tão simples e tão humanos.
Não aderia a modas literárias. Embora cada vez mais frágil, nunca parou: Nabokov descrevia que fundou clínicas para doenças de pele, organizou um Museu de Pintura e Belas-Artes em Taganrog, recolheu livros para a prisão da ilha Sacalina, construiu a primeira estação biológica na Crimeia…
“Após o sangrento cataclismo russo [a revolução bolchevique], lê-se Tchékhov com mais atenção, pois longe de estar ultrapassado… parece mais próximo, mais compreensível e infinitamente mais importante do que antes.” (Kourdioumov)
Sacalina: em redor do mar, no meio do inferno (Tchékhov)
Tchékhov viajou para a Sibéria em 1890, investigando e relatando com grande precisão a vida dos condenados a trabalhos forçados na ilha de Sacalina. Esta estadia arruinar-lhe-á a saúde, já bastante débil.
O seu objectivo era denunciar o sistema prisional czarista e tentar despertar as consciências a fim de alterar as condições dos reclusos, enquanto contava factos diversos, narrações da vida de várias pessoas desse local. Concluía, após um inquérito muito minucioso, que tudo [nessa colónia penal] é deplorável.
Lidia Alexeievna Avilova

Ivan Bounine (1870-1953), oriundo de uma família rural, nobre, era muito afeiçoado a Tchékhov; este era seu mestre e amigo íntimo. Bastante mais novo, morreu no exílio, em Paris.
Embora Bounine fosse o maior amigo da Anton Tchékhov, só soube muitos anos depois do romance e profunda paixão do escritor por Lidia Alexeievna Avilova (1865-1943), novelista e romancista russa. Segundo a sua vontade, essas memórias foram só publicadas dez anos após a sua morte – Anton Pavlovitch Tchékhov na Minha Vida, tal como Lidia Avilova deixara escrito.
Em Paris, Bounine continuou a escrever a biografia e obra do seu amigo, acrescentando, em 1953, excertos da obra de Avilova, sobre a sua relação com Tchékov. Ivan Bounine considerava muito importante a sua divulgação.
Desejava rever toda a obra dedicada a Tchékov e torná-la pública em 1954, no cinquentenário da morte do escritor, mas não a terminou, visto que a morte o surpreendeu. Escreveu até algumas horas antes de morrer, enquanto se apagava a sua vida.
Lidia Alexeievna Avilova tinha origem nobre e era casada com um funcionário público que desprezava a própria escrita da mulher e muito mais os literatos.
Lidia conheceu Tchékhov na casa do cunhado, director e editor/redactor de A Gazeta de Petersburgo, em 1889 – frequentada por artistas, jornalistas, escritores e intelectuais.

Foi um amor à primeira vista, literalmente: “então olhámo-nos nos olhos; foi tudo mas era muito. Tive a impressão que uma luz iluminou a minha alma e expandiu-se numa extrema felicidade. Penso que a ele aconteceu o mesmo, escreveu Avilova, citada por Bounine.
Concluíram que não poderiam viver um sem o outro. Rápidos encontros se sucederam. Mas Lidia, pressionada pelas conveniências sociais, não deixou o marido. Muito amargurado, Tchékhov respeitou a sua vontade, mas escreveu-lhe: “Quando se ama, e se pensa sobre esse sentimento, deveremos apoiar-nos num princípio superior e concluir que isso transcende as considerações de infelicidade e felicidade, pecado ou virtude, no sentido corrente dessas palavras; ou nem vale a pena raciocinar”.
Tchékhov escreveu o conto “Acerca do Amor” dedicado a ela, mas sem a mencionar.
“Aconselho do fundo do coração que abram o maior número de vezes os livros de Tchékhov (…) para, esquecidos de tudo, viverem estes sonhos fabulosos tal como foram concebidos. No século dos Golias, torres de força, é útil lembrarmo-nos dos frágeis Davides, todo este mundo tchekhoviano pardacento murmurado em voz baixa é digno de ser guardado no meio do brilho dos poderosos e convencidos mundos que nos prometem os adoradores de Estados totalitários”. (Vladimir Nabokov, Lectures on Russian Literature-Anton Tchékhov, Harvest Books, Nova Iorque, 1982)
“Na Ravina”
Na Ravina é um dos contos de Tchékhov. A descrição do lugar e das personagens conduz o leitor, logo nas primeiras linhas, a um ambiente doentio, fétido, malévolo. E a ironia do narrador acentua mais essa realidade, através de pequenos detalhes, relevando a hipocrisia e a acção cada vez mais sinistra de algumas personagens, até se chegar ao ponto culminante da tragédia.
O poder é representado pela administração local, caracterizada pela ignorância e passividade doentia: o telefone deixou de funcionar, invadido por percevejos e baratas; e pelos donos das três fábricas de chita e outra de curtumes. Corruptos, envolviam-se em zangas, envenenavam o ambiente e o rio provocando constantes doenças nos habitantes e nos animais, com o consentimento do chefe da polícia e do médico distrital que para tal recebiam dinheiro.

Era um velho que sabia fazer dinheiro…
A casa mais relevante é a do comerciante e viúvo Tsibúkin, popular de condição, explorador da extrema pobreza dos mujiques. A lojinha de mercearia é uma fachada: a coberto disso, vende vodka, gado, porcos, curtumes, cereais e empresta dinheiro a juros. Odiava os mujiques e quando saía montado no seu cavalo, mandava-os sobranceiramente sair do seu caminho.
“Ah! Rica nora! Aikleza, mãezinha!”
Era assim que o velho Tsibúkin tratava a nora, camponesa toda garbosa, que parecia ser trabalhadora e mandar em tudo: sempre a rir-se, azafamada, gritando ordens, a tilintar com todas as chaves na cintura.
Na verdade, Aiklesa, casada com um dos seus filhos, surdo e enfermiço, reinava ali. Hipócrita, conquista o velho com sorrisos, a fim de atingir o seu objectivo: ultrapassar tudo e todos e ser a poderosa dona naquela casa. Vagarosamente, vai tecendo a sua teia. O seu antigo amante, um dos donos de uma das fábricas, quer o terreno do velho Tsibúkin para construir uma fábrica de tijolos: conta com Aiklesa, futura sócia.
O outro filho trabalhava na cidade, na polícia de investigação criminal. Ironicamente, é um criminoso. Mas querem casá-lo e Várvara, a segunda mulher de Tsibúkin, escolhe uma noiva para o enteado.
Lipa era muito pobre, mas a mais bonita das redondezas. Novinha, ainda uma miúda, magrinha, com traços do rosto finos e ternos…,” mas as mãos grandes pareciam tenazes.
A mãe Praskóvia iria viver com ela: sentada na cozinha, tentava escutar do que falavam os convidados [quando foram pedir a mão à noiva], não parando de se persignar, de apertar os dedos contra a testa e de lançar olhares para o ícone.
Aksínia, os seus olhos estão zangados, parece que deitam chamas verdes… – confidencia Lipa ao velho Elizárov, seu amigo.
Aksínia falou com o sogro sobre o terreno mas ele respondeu-lhe:
– Enquanto eu for vivo…
Lipa teve um bebé que era o seu encanto. Vivia para ele.
Várvara fez a proposta ao marido que cedesse um terreno ao menino que nascera, o seu neto e Tsibúkin aceita.
Na cozinha, Lipa prepara a água quente para a barrela, enquanto o seu bebé está ao lado dela, a dar às perninhas.
Num velho cerimonial, de laivos espirituais, a mãe dirige-se assim ao seu bebé:
– Bom dia, Nikífor Aníssimitch como se ele fosse um príncipe. Depois, corre para ele e abraça-o.
Então Aksínia vai à cozinha. Pega furiosamente na criança de Lipa e mete-a na água a escaldar. Levado ao hospital, o bebé não sobreviveu.
– Diz-me lá avô, porque tem um pequenino de sofrer antes de morrer?
– Não podemos saber tudo, o porquê, o para quê – disse o velho…
É trágico, tão comovente, religioso, o percurso/peregrinação que Lipa faz de regresso a casa, de noite, com o filhinho morto embrulhado num cobertor. Um velho dá-lhe boleia numa parte do caminho e ela interroga-o.
Chega a casa, finalmente:
– Ah, Lipa! Não olhaste bem pelo meu neto…, comenta o velho Tsibúkin; e Várvara: Tiveste este anjinho e não soubeste olhar por ele, parvinha…
Aksínia é agora a que manda em casa. Expulsou Lipa; avança com a fábrica de tijolos e arranja um novo amante. O velho agora é uma sombra: alguns, lamentam-no; outros, acham bem.
Lipa e a mãe Praskóvia continuam à jorna. Encontram no caminho o velho Tsibúkin e Lipa faz-lhe uma profunda vénia. A mãe também se curvou. Ele olhou para elas com lágrimas nos olhos. Lipa deu-lhe um bocado de um empadão que sobrara e ele aceitou e comeu.
Já o sol se pusera por completo, já não brilhava nem no alto do caminho. Escurecia, começava a ficar fresco. Lipa e Praskóvia retomaram o seu caminho, benzendo-se demoradamente.
“Para todas as suas personagens crentes – e são numerosos os contos, como este” [neste caso, Lipa e a mãe] “o que é mais absurdo parece não ser absurdo; nada é irrevogavelmente desesperado, mesmo que se pareça ter atingido o fundo do abismo”, escreve Kourdioumov.
Na verdade, a profunda espiritualidade de Tchékov está contida na acção das personagens, na simplicidade dos fracos e dos despojados, na sua miséria e humildade e mansidão absolutas.

“A Senhora do Cãozinho”
No conto A Senhora do Cãozinho, o encontro da desconhecida – toda a gente a chamava a senhora do cãozinho – e Dmítrí Gúrov, deu-se em Ialta, uma estância de férias. Gúrov era moscovita, casado, já com filhos adolescentes; mas sempre atrás de saias e muito apreciado pelas mulheres. Coleccionava aventuras: cada uma delas era fascinante, mas ligeira, entre duas pessoas decentes.
“Não percebo, afinal o que queres?”
Mas neste caso, a aventura não correu bem.
A tal senhora do cãozinho, Anna Serguéevna, casada, tímida, muito jovem, sentiu-se uma pecadora – ao contrário das outras mulheres com quem ele tivera encontros: desprendidas, de amor alegre, gratas pela felicidade, embora curta, que ele lhes dava.
Gúrov, ficou, primeiro, irritado com esta atitude, mas teve pena dela, acarinhou-a e depois, ao amanhecer, saíram ambos a rir-se e felizes. Foram a Oreanda e no alto contemplaram o mar.
O mar marulhava… quando ainda não existiam Ialta nem Oreanda, assim marulha agora, e assim continuará, com a mesma indiferença e a mesma voz surda, quando já não estivermos neste mundo. E é nesta imutabilidade, na indiferença absoluta para com a vida e a morte de cada um de nós que talvez resida o penhor da nossa salvação eterna, do movimento ininterrupto da vida na terra, do aperfeiçoamento ininterrupto.
Neste momento, face ao marulhar, lá em baixo, do mar, os montes, as nuvens, o céu enorme – uma visão intemporal cósmica, a passagem do tempo sem memória … os corações de Gúrov e Anna uniram-se, embora ainda não soubessem. E assim, nos dias seguintes, tornaram-se verdadeiramente amigos e apaixonados. Na despedida, Anna Seerguéevna:
— Fique com Deus. Não me guarde rancor. Dizemos adeus para sempre… tem de ser!
Gúrov ficou triste, incomodado – ao contrário dos outros encontros amorosos – e regressou a Moscovo. Aqui o quotidiano continuava; casara muito cedo e por isso agora, a mulher, parecia muito mais velha; não gostava dela, metia-lhe medo; ele continuava a vida de sempre. Bares, clubes, jantares… mas tudo começou a enfastiá-lo e mantinha na sua memória a imagem de Anna e a felicidade que vivera com ela, como se fosse no dia anterior. Ela, sem o saber, fê-lo tomar consciência da ilusão da sua vida.
“Desta vedação só apetecia fugir…”
Disse à mulher que precisava de se ausentar e foi à cidade onde Anna morava. A casa dela tinha uma vedação cinzenta, comprida, eriçada de pregos; o marido, segundo a descrição de Anna, era funcionário, rico, honesto, mas parecia um lacaio. Queria ela dizer que o marido gostava de lisonjear os seus superiores.
Encontrou-a no teatro. Durante o intervalo, refugiaram-se num corredor solitário e Anna prometeu-lhe ir a Moscovo. Esses encontros continuaram, mas era desagradável aquela vida clandestina. Gúrov compreendeu que estava ligado aquela mulher. Reparou, olhando para o espelho, no meio do quarto do hotel onde ambos estavam, que os seus cabelos estavam a embranquecer. Só agora vivia um amor perene. Havia ainda um longo percurso a fazer, mas a decisão fora tomada. Nunca mais se separariam.
Bibliografia consultada:
Bounine, Ivan – Tchékhov – biografia e ensaio literário (incluindo excertos relativos ao amor secreto de Anton Tchékhov e Lidia Avilova; as cartas que ela redigiu aos seus amigos – Bounine e a mulher, exilados em Paris após a revolução bolchevique. Como se refere no texto, só dez anos após a morte de Avilova foi tornada pública a recordação e os íntimos sentimentos que a uniram ao escritor). Éditions du Rocher, 2004.
Nabokov, Vladimir (1899-1977) – importante romancista russo, reconhecido em todo o mundo. A família pertencia à velha nobreza russa de São Petersburgo. Desde a revolução bolchevique viveu no exílio, tornando-se também cidadão americano a partir de 1940. Uma das suas obras mais célebres é Lolita (1955), considerada uma obra de arte da literatura moderna. Prefácio de V. Nabokov, colecção Clássicos, Relógio d’ Água, vol. I.
Tchékhov, Anton – A Ilha de Sacalina – Notas de Viagem (Relógio D’ Água, 2011).
Tchékhov, Anton – Contos de Tchékhov (tradução do russo de Nina Guerra e Filipe Guerra); 10 volumes; Relógio D’ Água (de 2001 a 2018).
Kallacha, Maria – pseudónimo masculino: Kourdoiumov – (1885-1954), jornalista e crítica literária; emigrante russa em França, amiga de Bounine (comentário incluído na obra de Ivan Bounine).