
Imagens de Santo António e Buda num táxi, em Colombo (Sri Lanka). Foto © André Alves.
Os atentados do Domingo de Páscoa de 2019 que fizeram 269 mortos e mais de 500 feridos em três igrejas e três hotéis de luxo do Sri Lanka “revelaram-nos a doença que está crescendo” no país, a doença “da desconfiança entre raças e entre religiões” e a “necessidade de todos nos unirmos”, declarou o arcebispo de Colombo, cardeal Malcom Ranjith, na cerimónia realizada dia 21 de abril em memória das vítimas.
Citado pela agência UCANews, o cardeal reafirmou a sua estupefação pelo facto de, passados dois anos, as “autoridades competentes” ainda não terem encontrado “as respostas para as perguntas sobre quem, porquê e com que objetivos” perpetuou aqueles ataques. No seu entender “o que tem impedido um processo transparente de investigação” tem sido “o favorecimento político e a necessidade de preservar alianças” políticas.
Para o cardeal, os atentados “não são necessariamente aquilo que nos querem fazer crer – mas são algo mais do que o que parecem ser.” Nesta linguagem cifrada, o máximo responsável pela Igreja Católica no Sri Lanka descartava a tentativa de imputar os ataques ao ódio da minoria muçulmana (9% da população) contra os católicos, lembrando que além das igrejas, também em três hotéis de luxo foram colocadas bombas que mataram “muçulmanos, malaios e muitos outros.”