
Tadeusz Kondrusiewicz, arcebispo de Minsk e presidente da Conferência Episcopal catóilica bielorrussa, permanece exilado há já quase dois meses. Foto © CCEE.
O arcebispo de Minsk (Bielorrússia), Tadeusz Kondrusiewicz, que desde o final de agosto não consegue obter autorização do governo para entrar no seu país, foi esta segunda-feira recebido no Vaticano pelo cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado da Santa Sé, e Paul Gallagher, secretário para as Relações com os Estados.
De acordo com a página da Igreja Católica Bielorrussa, o encontro serviu para debater soluções que viabilizem o regresso do arcebispo à sua terra natal, tendo o Vaticano manifestado “preocupação” em relação ao facto de Kondrusiewicz, que é também o presidente da Conferência Episcopal no país, permanecer exilado há já quase dois meses.
“A Santa Sé está a desenvolver todos os esforços para retificar a situação o mais rapidamente possível e espera que o problema se resolva positivamente, pode ler-se na notícia publicada pela Igreja da Bielorrússia.
No passado dia 11 de setembro, o próprio arcebispo Paul Gallagher, cujo cargo equivale ao de ministro dos Negócios Estrangeiros, esteve na Bielorrússia para encontrar uma solução junto das autoridades locais, sem, no entanto, ter conseguido desbloquear a situação.
Também os bispos da Bielorrússia emitiram uma declaração no dia 2 de setembro, em que afirmavam ser “inadmissível” e “incompatível com a atual legislação da República da Bielorrússia” que “um bispo da Igreja Católica, que é o pastor dos fiéis a si confiados, seja privado da oportunidade de estar na sua própria diocese e de nela exercer o ministério que lhe foi confiado pelo Papa Francisco”.
O arcebispo de Minsk ficou retido, no passado dia 31 de agosto, na fronteira bielorrussa com a Polónia, onde se deslocara, após um fim de semana em que mais de 100 mil pessoas se haviam manifestado nas ruas da capital contra o presidente Alexander Lukashenko, que reivindica ter ganho as eleições de 9 de Agosto, mas cujos resultados são considerados fraudulentos pela oposição.
Tadeusz Kondrusiewicz apelara a uma “solução para a crise social e política que eclodiu no país nas últimas semanas”, tendo referido “as dificuldades económicas em que a Bielorrússia” parecia “estar a afundar-se” e alertando para a possibilidade de “um isolamento internacional do país”.