
O gabinete do Repara também atendeu 53 casos de agressões sexuais em ambiente familiar no último ano. Foto © Pixabay.
A arquidiocese de Madrid publicou esta quarta-feira, 15 de fevereiro, a contagem anual de casos de abusos sexuais eclesiásticos que o Repara, o seu gabinete de atendimento às vítimas, recebeu: 34 denúncias contra membros da Igreja, em 23 das quais as vítimas eram menores de idade quando ocorreram os crimes.
A diocese não informou o número de agressores, embora esclareça que há vários afetados que apontam para o mesmo padre em Madrid. O gabinete Repara também atendeu 53 casos de agressões sexuais em ambiente familiar no último ano. A maioria das vítimas (44) eram menores de idade quando as sofreram e quatro delas são menores de idade atualmente. No total, são 87 denúncias de abuso sexual, dentro e fora da esfera eclesiástica, número que supera o cálculo dos dois anos anteriores (em 2020 tinham sido 64, e 49 em 2021).
Liderada pelo cardeal Carlos Osoro, a arquidiocese de Madrid é, em Espanha, uma das exceções à política geral de opacidade na Igreja, assinala o jornal El País. Nos últimos anos, Osoro optou pela transparência e pela divulgação de todos os casos de abuso.
O Repara recebeu ainda, em 2022, 15 denúncias de abusos de autoridade dentro da Igreja, e prestou atendimento psicológico a 19 familiares de vítimas e cinco perpetradores, três dos quais eram clérigos.
Em comunicado, o Repara especifica que “a todas estas pessoas foram oferecidas mais de 1.500 sessões gratuitas de atendimento psicológico e escuta, em comparação com 700 em 2021. Além da terapia individual, foram criados os Grupos de Ajuda Mútua e ministrados cursos presenciais de prevenção dos abusos na Igreja.
Em Essen, mais de 400 casos e 200 abusadores
Na Alemanha, a diocese de Essen acaba de apresentar o primeiro relatório sobre os abusos sexuais no seu seio. Num exercício de transparência, concluiu que existiram, desde a sua fundação em 1958 até 2022, mais de 400 casos de abuso. Foram acusadas 201 pessoas, incluindo 129 clérigos e 19 religiosas. Destes, 33 foram condenados penalmente ou em processo canónico, havendo um total de 53 acusações criminais contra os acusados.
Houve até ao momento 163 pessoas que pediram uma indemnização pelo sofrimento vivido, das quais 141 já foram obtiveram resposta. Segundo as informações avançadas pelo site Katholich.de, a diocese já pagou um total de 2,58 milhões de euros em benefícios aos afetados.