Arranca fase decisiva e “muito delicada” das obras da catedral de Notre-Dame

“Quando conseguirmos tirar esta teia de aranha, poderemos dizer que a Notre-Dame foi salva”, afirma Christophe Rousselot. Foto reproduzida da página da catedral no Facebook.
Começou esta segunda-feira, 8 de junho, a operação de desmontagem do andaime da torre da Catedral de Notre-Dame, em Paris. Deformada pelo incêndio de 15 de abril de 2019, a estrutura é composta por 40 mil peças e levará três meses a ser desmontada, numa operação delicada que pode colocar em risco a estabilidade da abóbada.
“Pode acontecer que, ao serem retirados, caiam pedaços da estrutura de andaimes, e fiquem fragilizadas algumas partes dos muros da catedral”, alertou Christophe Rousselot, delegado-geral da Fundação Notre-Dame de Paris, citado pelo jornal La Croix.
A estrutura pesa mais de 200 toneladas e metade encontra-se a mais de 40 metros de altura, tendo sido colocada em 2018 para restaurar o pináculo da catedral gótica. Para evitar o desmoronamento, a estrutura de andaimes foi primeiro consolidada, depois rodeada de vigas metálicas em três níveis. Duas equipas de especialistas suspensos por cabos começaram agora a percorrê-la para cortar os tubos metálicos fundidos uns nos outros.
“Todos sabem que se trata de uma intervenção muito complicada, muito delicada e que foi minuciosamente preparada. Não sabemos o que pode acontecer. Quando conseguirmos tirar esta teia de aranha ficaremos aliviados e nessa altura poderemos dizer que a Notre-Dame foi salva”, assegurou Rousselot.
As obras de reconstrução da catedral, atrasadas devido ao mau tempo, aos riscos de contaminação por chumbo e ao período de confinamento, deverão ficar concluídas até 2024.