
A exposição de registos pode ser visitada até 30 de novembro, de segunda a sexta-feira, no Fórum Grandella, em São Domingos de Benfica. Foto © Fundação AIS.
Maria Antónia Cabral, artesã de 97 anos que foi uma uma das primeiras dez mulheres a licenciar-se em Arquitetura em Portugal, já perdeu a conta ao número de registos e relicários que criou desde que este se tornou o seu passatempo favorito. O sucesso foi tanto que começou a receber encomendas. E agora muitos deles estão em exposição no Fórum Grandella, em São Domingos de Benfica (Lisboa), com uma missão especial: ajudar os cristãos perseguidos.
Benfeitora da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), Maria Antónia Cabral, também conhecida como Bixa, decidiu apoiar a instituição e, através dela, os cristãos que sofrem nas mais diversas partes do mundo, com a venda do seu trabalho.
Começou a criar registos – trabalho artesanal minucioso com imagens de santos, que se guarda numa caixa emoldurada artisticamente e protegida com um vidro – ainda em criança.
“Desde pequena, muito pequena, aprendi as primeiras letras com a minha mãe, e lembro-me que ela já me ensinava a forrar caixinhas e a pôr florzinhas em relevo em cima das tampas das caixas. E lembro-me, tinha uns 14 ou 16 anos, de ver na Nazaré os registos que tinham aquelas mulheres na praça de peixe. Tinham cobertores no chão com os registos e eu ficava encantada a ver aquilo. Eram de uma enorme simplicidade. Depois, muito mais tarde, decidi começar também a fazê-los. Os primeiros, eram muito rudimentares…”, recorda Maria Antónia Cabral, em declarações à AIS.
Agora, diz que fazer registos “é um vício”, assegurando que não compra nada para poder criá-los: todos os materiais que coloca na sua arte são reutilizados.
A exposição pode ser visitada até 30 de novembro, de segunda a sexta-feira, entre as 9h e as 13h e das 14h às 18h.