
A página do Coração Silenciado, criado por “Alice” para vítimas de abuso sexual na Igreja. Agora, será o nome da nova associação.
Está ainda em fase de constituição uma associação de vítimas, mas os seus fundadores – duas mulheres e um homem quem ainda crianças ou adolescentes foram violentados por membros do clero – manifestaram já a intenção de se encontrarem com o Presidente da República e com o Papa Francisco, quando este vier a Portugal para a Jornada Mundial da Juventude.
Com a associação, os seus fundadores pretendem evitar que as vítimas fiquem esquecidas, possibilitando um ambiente seguro para que outras pessoas possam testemunhar e que ninguém que sofreu abusos seja ignorado – nem pela Igreja nem pela sociedade.
O nome, ainda provisório, deverá ser Coração Silenciado – Associação de Vítimas e Sobreviventes dos Abusos Sexuais da Igreja, adoptando o site já criado por Alice (nome fictício), que o 7MARGENS entrevistou há um mês.
“Silenciam-nos não apenas a voz mas também o coração”, dizia Alice que, com Cristina Amaral e António Grosso, está a dinamizar a criação desta associação.
As eventuais indemnizações a vítimas que o desejem serão também uma das preocupações da nova associação. “Agora há quem fale de que deve ser cada padre que cometeu o crime a pagar. Mas o padre pertence a uma estrutura que é a Igreja, que sempre o protegeu e foi conivente”, diz Cristina Amaral, citada pelo Jornal de Notícias.