Um ataque armado à Igreja de São Francisco em Owo, no estado nigeriano de Ondo, no último domingo, 5 de Junho, provocou dezenas de mortos – 50 segundo a estimativa inicial da Reuters, que usou como fonte um médico de um hospital de Owo, 21 segundo os números mais recentes referidos pela imprensa internacional, citando o primeiro balanço das autoridades locais.
O ataque horrorizou o Papa que rezou pelas vítimas e pela Nigéria, “dolorosamente atingidas num momento de festa”, uma vez que no domingo os cristãos celebravam a festa litúrgica de Pentecostes.
A Fundação AIS (Ajuda à Igreja que Sofre) informou ter recebido do director de comunicação social da Diocese de Ondo, padre Augustine Ikwu, uma declaração testemunhando tristeza e choque pelo ataque. “É tão triste ter de dizer que enquanto decorria a santa missa, homens de origem desconhecida, empunhando armas, atacaram a igreja católica de S. Francisco Xavier.” Augustine Ikwu temia que houvesse mais mortos, muitos mais feridos, e que a igreja tivesse sido violada.
O presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, através do seu porta-voz, manifestou revolta pelo trágico ataque a uma igreja católica, afirmando que o país “nunca se renderá ao mal e aos ímpios, e as trevas nunca vencerão a luz”. O governador do estado de Ondo, Oluwarotimi Akeredolu, afirmou que “este ataque é o mais ignóbil que se pode cometer numa sociedade”.
A identidade e os motivos dos assaltantes permanecem desconhecidos até ao momento. Os ataques no sudoeste da Nigéria não são habituais, disse ao jornal francês La Croix Marc-Antoine Pérouse de Montclos, director de investigação no Instituto de Investigação para o Desenvolvimento da Universidade de Paris, considerando por isso que se torna difícil entender a motivação deste ataque.
A Nigéria, recorda a AIS nesta segunda-feira, 6, é um dos países do continente africano onde os cristãos mais têm sofrido nos últimos anos por causa do terrorismo. “Se é verdade que o país em geral tem sido abalado por episódios de violência, banditismo e raptos, afectando todos os grupos étnicos e religiosos, não deixa de ser impressionante os incidentes que visaram explicitamente a comunidade cristã ao longo das últimas décadas”, diz a Fundação AIS.