
Manifestação em Estrasburgo, em Janeiro de 2013: “Perante a homofobia, Jesus grita”, diz o cartaz. Foto © Claude Truong-Ngoc/WikiCommons.
“Há portas que não devem ser fechadas, porque Deus é que está do outro lado dessas portas”, dizia, a terminar o debate, Jorge Teixeira da Cunha, padre e professor de Teologia Moral na Universidade Católica Portuguesa (UCP), no Porto. No programa Olhe Que Não, que passou nesta quarta-feira, 7 de abril, ao início da tarde, na TSF, com moderação do jornalista Pedro Pinheiro, discutiu-se o documento da Congregação para a Doutrina da Fé, do Vaticano, que respondia “negativo” a uma pergunta sobre se a Igreja não pode abençoar uniões homossexuais.
No debate onde se aprofundaram argumentos, tocando com dignidade um tema nem sempre fácil, o também diretor-adjunto da Faculdade de Teologia da UCP disse que nem a pergunta nem a resposta deveriam ter sido feitas e publicadas. E afirmou ainda que a proposta de Jesus é a de uma “invenção do mundo”. O mesmo Jesus que era “afoito”, acrescentou.
Rui Aleixo, artista plástico e músico, o outro interveniente no debate, lamentou a publicação de documentos como este. Afirmando-se católico e de condição homossexual, Rui Aleixo disse que o Papa Francisco tem proposto um caminho em conjunto com as pessoas que estão nas margens. Acrescentando que todos os crentes precisam de se deixar incentivar pelo movimento de escuta que o Papa tem proposto, afirmou que esta questão “não pode ser varrida para debaixo do tapete”.
O programa Olhe Que Não pode ser ouvido na íntegra na página da TSF.
(A legenda da fotografia foi corrigida dia 8, às 13h)