
Já papa emérito, Bento XVI fotografado no jardim do Vaticano © Fondazione Vaticana Joseph Ratzinger-Benedetto XVI.
O Papa emérito Bento XVI “pretende defender-se” contra uma queixa apresentada no tribunal de Trauenstein (Baviera) em junho deste ano, que o acusa de ter encoberto casos de abusos sexuais na sua diocese, quando era arcebispo de Munique e Freising (entre 1977 e 1982), confirmou esta terça-feira, 8, um porta-voz do tribunal, citado pela RaiNews.
A denúncia foi feita por um homem que tem hoje 38 anos, e que alega ter sido abusado, quando ainda era menor, por um padre reincidente naquele crime, o qual havia sido transferido para Munique quando Bento XVI ali era arcebispo.
Um relatório independente sobre os abusos sexuais na Igreja publicado pela diocese da Baviera em janeiro deste ano examinou as responsabilidades dos funcionários da mesma durante um período de 75 anos, e concluiu que Bento XVI “teria estado envolvido” na má gestão de três casos de abuso, questionando a sinceridade do seu testemunho.
Além do padre em causa, que já foi condenado, e de Bento XVI, são também alvo de acusação o cardeal Friedrich Wetter, sucessor de Ratzinger à frente da arquidiocese, e a própria arquidiocese.
“Se a Igreja Católica e os acusados - com exceção do conhecido reincidente Peter H. – forem fiéis ao que é constantemente afirmado, ou seja, ao seu compromisso cristão, e reconhecerem a injustiça cometida, a causa será bem-sucedida “, assinalou o advogado do queixoso, Andreas Schulz. “Se não o fizerem, o dano à sua reputação será ainda mais grave e a Igreja Católica acelerará a erosão da fé.”O anúncio da defesa de Joseph Ratzinger para já “não contém elementos de conteúdo”, informou o porta-voz do tribunal. Caso o Papa emérito não se declarasse disposto a defender-se, enfrentaria uma sentença à revelia.