
D. Antonio Carlos Rossi Keller © Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
O Ministério Público brasileiro denunciou o bispo Antonio Carlos Rossi Keller, titular da diocese de Frederico Westphalen (no Estado do Rio Grande do Sul), por abuso sexual de um menor, que era acólito, divulgou o jornal online The Intercept Brasil.
No inquérito, aberto em agosto de 2020, o promotor Gerson Luis Kirsch Daiello Moreira diz que o bispo se aproveitou da sua “autoridade como bispo” e da “fragilidade afetivo-psicológica da vítima” para cometer os abusos.
Os crimes, segundo o Ministério Público, ocorreram entre agosto de 2008 e fevereiro de 2010, quando o ex-coroinha (nome dado a acólitos) tinha 13 e 15 anos.
Numa carta enviada ainda em 2017, sete padres e cinco leigos acusaram o bispo Keller de abusar de “meninos menores de idade ligados à igreja”. A missiva foi remetida ao arcebispo da cidade de Passo Fundo, ao núncio apostólico (o representante diplomático da Santa Sé) e ao Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul. Segundo The Intercept, os autores da carta referem que há “pedofilia no interior do clero e do clero com seminaristas”.
No texto, os denunciantes também apontam o dedo ao “esvaziamento das missas”, ao “abuso de poder do bispo com outros sacerdotes, falta de transparência no uso do dinheiro recolhido pela congregação” e ainda à “aproximação intensa com o seguimento radical da Opus Dei”.
De acordo com o jornal online, quatro anos depois da denúncia, os signatários não tiveram qualquer resposta por parte do núncio no Brasil, enquanto a Igreja local preferiu dar pouca atenção ao caso.