
D. Hyacinth Oroko Egbebo. Foto © Fundação AIS.
Um bispo nigeriano criticou a falta de apoio à luta contra o terrorismo, ao denunciar como é cada vez mais perigoso viajar pelas estradas do país. “É difícil viajar pela Nigéria, pelas suas estradas”, denunciou D. Hyacinth Oroko Egbebo.
Para o bispo de Bomadi, há um número crescente de raptos de pessoas neste país, o que torna cada viagem um perigo. Numa breve mensagem de vídeo, enviada para a Fundação AIS e divulgada por esta, Hyacinth Oroko Egbebo descreve um país que enfrenta graves problemas, desde o terrorismo do grupo islamista Boko Haram, que pretende a criação de um califado na região norte e que é responsável pela destruição de muitas aldeias e de inúmeros ataques contra comunidades cristãs, passando pelo desemprego jovem que poderá ajudar a explicar a atual onda de sequestros que está a varrer a Nigéria.
“O surto do Boko Haram teve realmente um impacto negativo na economia e nas pessoas e, claro, noutras dimensões desta perseguição – como, por exemplo, os raptos ou a destruição de aldeias e acampamentos no norte e na zona sul do país – o que representa um fator muito perturbador”, contextualizou o bispo, na mensagem. Mas há outras razões a destacar.
“Sem dúvida, existem outras dimensões deste problema dos raptos que estão agora a espalhar-se a todo o país. Provavelmente estão a fazer isso por causa da falta de emprego para os jovens. Então, isso tornou-se uma forma de emprego para eles. Portanto, é difícil viajar na Nigéria, pelas estradas.”
Hyacinth Oroko Egbebo lamenta a aparente indiferença da comunidade internacional face à dimensão destes problemas. “A comunidade internacional nem sequer vem ajudar-nos, apesar de todas as turbulências no delta do Níger, talvez porque também está a beneficiar da riqueza do petróleo…”, acusou o bispo.