
Henrik Stubkjær, o novo presidente da Federação Luterana Mundial. Foto © LWF:Albin Hillert
O bispo dinamarquês Henrik Stubkjær é o novo presidente da Federação Luterana Mundial (FLM), eleito no último sábado, durante a XIII assembleia da Federação Luterana Mundial (FLM), que decorre em Cracóvia, na Polónia. Stubkjær é teólogo e o responsável, até agora, da diocese de Viborg, na Igreja Evangélica Luterana da Dinamarca, além de bem conhecido pelo seu trabalho ecuménico e de causas humanitárias, diz a informação divulgada pela Lutheran World Information, o canal de notícias da FLM.
Nas suas primeiras declarações após a eleição, Stubkjær afirmou, de acordo com a mesma fonte, que o trabalho da FLM continuará, sob a sua liderança, a basear-se nos quatro pilares sobre os quais a organização foi fundada: “Trabalhar para os necessitados e oprimidos, iniciativas comuns na missão, esforços conjuntos na teologia e uma resposta comum ao desafio ecuménico.”
“A minha visão para a FLM é que ganhamos valor acrescentado ao trabalharmos juntos como uma comunhão que se esforça por pôr a fé cristã em acção através do trabalho humanitário e de desenvolvimento, da defesa de causas, do testemunho partilhado e do diálogo”, afirmou Henrik Stubkjær. Acrescentando que “ser luterano é estar contextualizado”, acrescentou que a diversidade de diferentes contextos é um sinal do modo como “Deus, por meio de seu Filho Jesus Cristo, nos está alimentando (…) para pregar o evangelho de maneira relevante”. Por isso, assegurou que a sua responsabilidade é “assegurar a diversidade e fazer com que todas as vozes sejam ouvidas”.
Admitindo que “o mundo está a ficar mais polarizado” e a mudar muito rapidamente, o presidente eleito da FLM citou o Papa Francisco no encontro que com ele teve recentemente, no Vaticano, quando ali se deslocou para assinar um acordo de cooperação entre a Federação Luterana e a Caritas Internationalis. Afirmou Francisco: “Deveis estar cientes de que é em tempos de mudanças que o Espírito Santo tem a maior oportunidade [de] mudar as nossas mentes.” Nessas palavras, referiu Stubkjær, está “o sinal de esperança” que as igrejas cristãs são chamadas a ser “no meio de um mundo muitas vezes sem esperança”.
Eleito bispo em 2014, o dinamarquês foi antes, e durante 10 anos, o secretário-geral da organização humanitária dinamarquesa DanChurchAid (DCA). E desde a XII assembleia da FLM na Namíbia integrava o Conselho de Administração da federação, presidindo ao seu comité do Serviço Mundial. Esteve também em lugares de responsabilidade da ACT Alliance, uma organização que envolve 140 igrejas e organizações religiosas em mais de 120 países e trabalha na área da ajuda humanitária, justiça climática, migrações e promoção da paz.
O trabalho teológico e ecuménico de Stubkjær traduziu-se também em cargos como a presidência do Conselho Nacional das Igrejas da Dinamarca ou a promoção de iniciativas conjuntas com os migrantes ortodoxos, requerentes de asilo e pessoas de outras religiões na área da sua diocese. A posse formal do cargo decorre na tarde desta terça-feira, 19 de Setembro, durante o culto de encerramento da assembleia. Na quarta-feira, 20, reunirá o novo Conselho de Administração da FLM já sob a sua presidência.