
Manuel Linda, bispo do Porto. Foto © João Lopes Cardoso/Diocese do Porto
O futuro da Igreja na Diocese do Porto vai passar por “equipas pastorais dinâmicas e plurais em que a missão da Igreja, em territórios cada vez amplos, seja assumida de forma sinodal e corresponsável por um número variável de padres, diáconos, religiosos/as onde os houver, com os seus carismas, e uma estável equipa ministerial de leigos instituídos, com capacidades efetivas de coordenação e dinamização nos âmbitos respetivos”.
Quem o escreve é o Bispo do Porto, Manuel Linda, em nota a propósito dos ministérios laicais instituídos, datada de 29 de maio e publicada no sítio da Diocese no dia 2 de junho. Partindo da “atual desproporção entre os efetivos do clero diocesano e as necessidades das comunidades cristãs”, Linda perspetiva “uma progressiva reformulação pastoral em que o princípio tradicional de um pároco por paróquia – já impossível de satisfazer – venha a ser substituído pela vigência” das tais equipas pastorais, de tal forma que haverá “cada vez menos paróquias autárquicas e cada vez mais células vivas de uma Igreja viva que experimenta e faz crescer a comunhão corresponsável de todos os fiéis de forma desclericalizada e crescentemente sinodal”.
Refletindo sobre os ministérios laicais, o Bispo do Porto: convida “a Igreja diocesana a dar um passo determinado na implementação efetiva dos ministérios laicais instituídos de leitores, acólitos e catequistas”. Tal é possível em função das “modificações recentemente introduzidas no Código de Direito Canónico” que “permitem chamar a este serviço eclesial pessoas de ambos os sexos, tal como acontece, de facto, na vida das nossas comunidades”.
Reconhecendo que “nem todos os acólitos ministrantes, nem todos os leitores em exercício, nem todos os prestimosos catequistas e colaboradores nas atividades evangelizadoras poderão ou deverão ver a sua dedicação a Deus e o seu serviço eclesial reconhecido pelo ato público da instituição”, o bispo aceita que “cada comunidade conhece e deve manifestar, pela apresentação e testemunho dos seus legítimos pastores, aqueles que de forma dedicada, competente, perseverante e responsável se devotam à missão da Igreja desempenhando tarefas e assumindo encargos no âmbito dos diferentes ministérios a instituir”. Assim, será “da vitalidade carismática e ministerial das comunidades” que emergirão “os animadores leigos que, de forma mais institucional, em comunhão cooperante com os ministros ordenados, serão o rosto do leitorado, acolitado e serviço catequético”. Ou seja, será cada pastor que indicará em cada comunidade quais os leigos que deverão seguir os cursos de formação para posteriormente serem instituídos como ‘ministros’ leitores, catequistas e acólitos.