
O bispo Strickland, do Texas, entrou em rutura com o Papa Francisco. Foto reproduzida do site da diocese de Tyler.
O bispo da diocese de Tyler, no Texas (EUA), Joseph Strickland, assumiu publicamente que “chegou o tempo de dizer que rejeita o programa do Papa Francisco” porque esse “programa” “está a minar o depósito da fé” (o que a tradição da Igreja Católica ensina).
Strickland comentava nestes termos, na sua conta no Twitter, um video de Patrick Coffin no qual esta figura pública dos media católicos apresentava alegadas razões pelas quais se poderia afirmar que o Papa Francisco usurpou o lugar e seria um anti-Papa. Este é, de resto, o tipo de ideias que meios fundamentalistas católicos alimentam, especialmente nos Estados Unidos da América.
O bispo de Tyler não ia tão longe, reconhecendo que o Papa Francisco é mesmo o Papa, mas que enveredou por um caminho que trai a tradição da Igreja.
Segundo Mike Lewis, autor de Where Peter is, um blogue considerado pelo seu equilíbrio na cobertura da atualidade católica, este bispo por mais de uma vez tinha dado a entender que perfilhava estas opiniões, mas não ousara afirmar isso publicamente.
Até hoje, este membro do episcopado dos Estados Unidos tem defendido teorias conspirativas sobre o vírus da covid-19 e as vacinas; subscreveu publicamente a pseudoteoria do roubo de votos a Trump na última eleição presidencial e expressou concordância com um vídeo que insultava o Papa, mas não afirmara nada disso em público.
Com a assunção de uma divergência de fundo com o Papa, Strickland “parece ter finalmente cruzado a linha da oposição direta e explícita ao Papa Francisco e a sua autoridade de ensino”, refere o blogger.
Esta posição do responsável eclesiástico terá sido já participada à Nunciatura Apostólica no país, a qual ainda não reagiu.