Bispo metodista peruano lamenta xenofobia contra venezuelanos

Samuel Aguilar, bispo metodista do Peru. Foto © Fernando Oshige/Iglesia Metodista del Peru
“Enquanto cristãos, somos chamados todos os dias a praticar com generosidade a hospitalidade”, disse o bispo Samuel Aguilar, da Igreja Metodista do Peru, lamentando os casos de xenofobia, discriminação e violência sofridos por milhares de venezuelanos em diferentes países da América Latina.
“É hora de mostrar solidariedade, considerar como de nós mesmos as necessidades dos nossos irmãos e irmãs venezuelanos”, acrescentou Aguilar, numa mesa redonda bianual sobre missões da Igreja Metodista do Peru, que decorreu no último fim-de-semana.
Citado no serviço informativo do Conselho Mundial de Igrejas, o bispo acrescentou: “Muitos dos nossos irmãos e irmãs da Venezuela chegaram aqui depois de superar tantos desafios diferentes e enfrentam ainda mais problemas, como o alojamento, acesso a alimentos e assistência médica, além das dificuldades em encontrar emprego.”
Só no Peru, firam recebidos já mais de 750 mil venezuelanos, 80 por cento dos quais estão a residir em Lima, a capital, de acordo com a mesma fonte. A Igreja Metodista, que integra o Conselho Mundial de Igrejas (CMI), acolheu três famílias de venezuelanos para morarem na “Casa Metodista”, a sede nacional da Igreja.
O superintendente nacional metodista para as migrações informou, acrescenta ainda a notícia referida, que mais de 11.400 autorizações de residência temporária foram concedidas a migrantes venezuelanos. Entre 500 e 800 venezuelanos entram no país diariamente.
“Como Igreja, perguntamos se deveríamos recebê-los ou não”, afirmou o bispo Aguilar. “Acabamos de o fazer. Abrimos as nossas portas. Acredito que Deus nos está a julgar hoje com base na maneira como tratamos migrantes e refugiados em todo o mundo.”