
Os bispos alemães na visita ‘ad limina’ a Roma, durante cinco dias, numa audiência com o Papa Francisco. Foto © Deutsche Bischofskonferenz/Matthias Kopp.
Representantes da Cúria Romana e da Conferência Episcopal Alemã discutiram questões teológicas e disciplinares relacionadas com o caminho sinodal da Igreja alemã num “clima positivo e construtivo” durante uma reunião havida em Roma no dia 26 de julho, noticiou o National Catholic Reporter de 27 de julho.
No termo da reunião de duas horas foi emitido um comunicado conjunto das duas delegações explicando que o encontro se insere na “continuação do diálogo iniciado durante a visita ‘ad limina’ dos bispos alemães em novembro de 2022” e que “novas reuniões entre altos representantes do Vaticano e os bispos alemães vão ter lugar no futuro para abordar e discutir mais a fundo os temas teológicos e disciplinares” em análise.
Participaram no encontro os cardeais Luis Ladaria, prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé (cujo mandato termina em setembro), e Kurt Koch, prefeito do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos; o cardeal designado Robert Prevost, prefeito do Dicastério para os Bispos. E ainda os arcebispos Filippo Iannone, prefeito do Dicastério para os Textos Legislativos, e Vittorio Viola, secretário do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.
Vários bispos alemães, incluindo Georg Bätzing, bispo do Limburgo e presidente da Conferência Episcopal Alemã [CEA] e os presidentes das comissões da CEA para a liturgia, as vocações, os serviços eclesiais, igreja universal e fé, além da secretária-geral, Beate Gilles, e do porta-voz da CEA, Matthias Kopp.
A tensão entre o Vaticano e os bispos alemães tem conhecido inúmeras peripécias relacionadas com as conclusões, decisões e propostas saídas do Caminho Sinodal alemão iniciado em 2019. A última delas foi a reação muito crítica [ver 7MARGENS] que a presidência da CEA publicou no final de junho ao Instrumentum Laboris (IL) elaborado pela secretaria-geral do Sínodo para orientar os trabalhos da assembleia sinodal de outubro próximo. Nesse texto, os bispos alemães acusavam o IL de passar ao lado das “questões urgentes que não podem ser adiadas por muito mais tempo por uma igreja que se quer sinodal”.
É muito provável que estas reuniões tenham como objetivo definir as bases do compromisso aceitável pelo Vaticano sobre as decisões e propostas mais controversas do caminho sinodal alemão e, em função delas, determinar a intervenção e as propostas dos bispos alemães na próxima assembleia do Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade.