
Não é habitual ver o apelo que os bispos da Bélgica fizeram para adesão a uma marcha climática como esta. Foto de Arquivo © Mat McDermott
Os bispos da Bélgica divulgaram esta semana uma nota em que incitam os católicos daquele país a participarem na Marcha pelo Clima que terá lugar na tarde do próximo dia 3 de dezembro em Bruxelas, convocada pela Klimaat Coalitie – Coalition Climat para fazer ouvir a voz dos cidadãos enquanto decorre a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climática (COP28) que este ano terá lugar no Dubai.
Na sua declaração, os bispos lembram que “como cristãos também somos chamados a cuidar da nossa casa comum, que é para nós um dom recebido do Criador” e por isso “ao participarmos como cristãos na Marcha pelo Clima, respondemos ao mandamento de amar o próximo e ao convite de Cristo a reconhecê-lo nos pobres”, porque “as alterações climáticas têm maior impacto nos países e nos grupos populacionais mais vulneráveis”.
Lembrando a recente exortação apostólica do Papa Francisco Laudate Deum, a nota sublinha que nela “o Papa convida-nos com insistência a participar nos movimentos de cidadãos”, dando voz às “reivindicações que emergem da base em todo o mundo” reivindicações que podem “pressionar o poder”, o que é necessário, porque “as soluções mais eficazes não virão apenas dos esforços individuais, mas sobretudo das grandes decisões políticas nacionais e internacionais” (Laudate Deum, n. 69).
Os bispos convocam os católicos do país para se reunirem e rezarem na Igreja de Saint-Roch e daí partirem para se integrarem na Marcha pelo Clima que tem como lema “cada décima de grau conta”, apontando para o facto de que “cada 0,1°C a menos de aquecimento global significa: mais biodiversidade, mais igualdade, melhores empregos, mais ar limpo, menos ondas de calor, menos inundações…”. Os organizadores da marcha, a Klimaat Coalitie – Coalition Climat, são uma plataforma que reúne mais de 100 associações, fundações e outras organizações belgas que atuam contra a pobreza e as alterações climáticas.