
“Apesar do Acordo Provisório entre a Santa Sé e a República Popular assinado em 2018 e renovado pela segunda vez em outubro passado, um terço das dioceses ainda permanecem vagas.” Foto: Direitos reservados.
Entre os 67 bispos reconhecidos oficialmente pela República Popular da China pelo menos uma dúzia é supervisionada ou manipulada pelas autoridades civis. Existem ainda 17 outros bispos não reconhecidos cuja atividade é fortemente controlada e alguns autodesignados bispos que não são reconhecidos pelo Vaticano que já excomungou mais do que um. A realidade complexa da igreja chinesa foi analisada pela Asian News após o Dia de Oração pela Igreja na China, celebrado a 24 de maio.
A agência noticiosa não conseguiu, por falta de informação fidedigna, esclarecer com segurança todas as situações, mas reuniu na notícia publicada no dia 25 de maio o que se sabe de fontes seguras a propósito da complexa realidade da igreja chinesa. No dia anterior, o Papa Francisco, por ocasião do dia de Nossa Senhora Auxiliadora, venerada no santuário de Sheshan, em Xangai, dirigiu um pensamento especial “aos que sofrem, pastores e fiéis”, convidando-os a elevar a sua invocação a Deus “para que a Boa Nova de Cristo crucificado e ressuscitado seja anunciada em sua plenitude, beleza e liberdade” na China.
Como o 7MARGENS noticiou a 12 de maio, apesar do Acordo Provisório entre a Santa Sé e a República Popular assinado em 2018 e renovado pela segunda vez em outubro passado, um terço das dioceses ainda permanecem vagas. Por outro lado e segundo a Asian News, 13 bispos não reconhecidos pela República Popular (que encabeçavam a Igreja autónoma do poder do Partido Comunista Chinês, dita Igreja clandestina, fiel a Roma) continuam mantidos sob vigilância e as suas atividades são muito restringidas. A estes juntam-se outros quatro que vivem sob “situações especiais ainda mais precárias: entre eles está James Su Zhimin, bispo de Baoding, de quem não se tem notícias há vários anos, a ponto de alguns dizerem que terá morrido na prisão”.
Naquele imenso país existem também bispos autoproclamados, ou indicados pelo Governo, mas não reconhecidos por Roma. Este universo recobre situações diversas, com ‘bispos’ excomungados e ‘bispos irregulares’: “Enquanto a ordenação episcopal de Zhang Tongli nunca foi reconhecida pela Santa Sé porque foi obtida por fraude, o reverendo Wang Huiyao pertencia ao número de ‘bispos irregulares’, que só podiam – por imposição de Roma – atuar como sacerdotes”.