
Sinal indicando aos migrantes o caminho para entrarem nos Estados Unidos a pé, na cidade mexicana de Tijuana. Foto © Simeyla.
“Com esta decisão, a situação vai piorar. Ela não foi tomada tendo em conta o bem das pessoas. É muito trágico”, comentou o arcebispo de San Antonio no Texas (EUA), Gustavo García-Siller, a propósito de o Supremo Tribunal de Justiça ter reposto em vigor legislação da administração Trump que obriga quem solicita asilo a aguardar fora das fronteiras do país pela resposta ao seu pedido.
O arcebispo fez estas declarações ao jornalista John Lavenburg do jornal digital católico Crux, que esta quinta-feira, 26, publicou também o depoimento do bispo de Santa Fé (Novo México-EUA), John Wester: “Do meu ponto de vista como pastor, o que mais me incomoda é que esta política coloca as pessoas em perigo imediato. A política de permanência no México é muito perigosa para estas pessoas.” Os seus pedidos de asilo “não estão a ser tratados aqui [nos EUA], como deveriam, por lei, sê-lo” e ainda “estão a ser colocados numa situação terrível”.
O número de mexicanos (e outros latino-americanos) que procuram entrar ilegalmente nos Estados Unidos não tem parado de aumentar, em parte por não obterem resposta quando tentam fazê-lo através de meios legais. Por outro lado, as populações mexicanas perto da fronteira com os EUA não têm capacidade para acolher, tratar, alimentar, ou prestar cuidados básicos de saúde aos milhares de migrantes que querem entrar nos Estados Unidos e são repatriados pelas forças policiais norte-americanas.