
“Que neste Natal voltemos a sonhar construir uma pátria de irmãos, onde cada um possa viver com dignidade”, pedem os bispos cubanos. Foto © Conferencia Episcopal de Cuba.
A Conferência Episcopal de Cuba publicou esta semana a sua mensagem de Advento, onde lembra todos aqueles que sofrem com a “falta de liberdade” no país e desafia o governo a libertar pelo menos alguns dos presos políticos.
“Quanta alegria traria às suas famílias e ao povo em geral saber que, neste Natal, a um bom número daqueles que se encontram presos lhes é dada a sua liberdade de volta e retornam aos seus lares para reintegrar-se na vida vida habitual e iniciar assim o novo ano!”, pode ler-se no texto. Porque “Jesus é o Bom Samaritano (…) que nunca nos abandona e nos convida a fazer o mesmo com os nossos irmãos mais necessitados, com aqueles que sofrem fome, solidão, falta de liberdade e esperam de nós um gesto de clemência ou misericórdia”, justificam os bispos.
Na sua mensagem, os responsáveis religiosos expressam ainda a sua solidariedade para com as famílias que sofrem com a emigração “e necessitam de um modo especial que essa luz que acendeu Jesus ao nascer pobre e humilde em Belém brilhe cálida, mostrando-lhes a sua presença próxima , solidária, que consola e reconforta, que nos dá a certeza de que em Jesus se unem todos os caminhos e se encurtam todas as distâncias”.
A solidariedade dos bispos chega numa altura em que cada vez mais cubanos tentam chegar a outros países por via marítima. Só na última semana de novembro, chegaram às Ilhas Caimão 18 barcos vindos de Cuba, segundo a ACI Prensa. E também a migração para os Estados Unidos da América continua a aumentar. Em outubro deste ano, entraram irregularmente naquele país, por dia, 963 cubanos. A média de migrantes originários de Cuba que entraram diariamente nos EUA entre outubro de 2021 e setembro de 2022 era de 615.
A mensagem dos bispos termina com um apelo à fraternidade: “Que neste Natal voltemos a sonhar construir uma pátria de irmãos, onde cada um possa viver com dignidade, onde nos escutemos e dialoguemos para discernir o futuro, onde lutemos pelo bem de todos, em especial dos que têm ficado à margem por diferentes motivos”.