Crise alimentar

Bispos do Sri Lanka denunciam a “pior tragédia” do país

| 22 Jun 2022

Arcebispo de Colombo, cardeal Malcolm Ranjith. Foto da página de Facebook da diocese de Colombo, Sri Lanka.

 

Os bispos do Sri Lanka expressaram a sua “profunda preocupação pela triste situação que existe hoje no país”, avançando com uma descrição muito crítica do que se passa na ilha, num momento em que os protestos aumentam por todo o país face à crise alimentar que se vive.

A Conferência Episcopal do Sri Lanka descreveu o terrível quotidiano cingalês, citada num comunicado das Obras Missionárias Pontifícias: “As pessoas andam pelas estradas, sem produtos básicos como alimentos, combustível e gás doméstico e industrial. Os pacientes são deixados na mão sem medicamentos necessários para se tratamentos. Os pais desejam encontrar produtos lácteos para bebés e crianças. A tragédia que atingiu a nossa nação é, sem dúvida, a pior do nosso tempo.” 

A crise no Sri Lanka acelerou com a queda do turismo devido à pandemia da covid-19 e, sobretudo, devido a um passo drástico para uma agricultura ‘ecológica’ que levou a que a produção do país, segundo várias estimativas, tenha ficado reduzida a menos de metade. 

Segundo os bispos, “o país está paralisado e tem que viver dia a dia”, o que conduz a um “aumento desenfreado dos preços dos produtos de primeira necessidade”, com a escassez a afetar “seriamente o dia-a-dia das pessoas que são obrigadas a fazer longas filas nas ruas”.

A Igreja Católica tentou ajudar através da Caritas, mas não é suficiente, resume o episcopado. “Em primeiro lugar”, pedem os bispos, “a produção de alimentos deve ser melhorada. Para isso, o setor agrícola deve receber subsídios substanciais em fertilizantes”. E pedem ainda que, “em vez de participar em disputas políticas, é imperativo pensar no futuro do país. Não deve haver incitamento ao ódio entre as pessoas, especialmente com base na raça, religião e partidos políticos”. 

Os constantes protestos e manifestações, especialmente de jovens, levam “a abordar a necessidade de mudança do sistema”. Para os bispos, estes protestos são legítimos, porque “as principais causas da crise económica foram a corrupção desenfreada e a má gestão dos sucessivos governos e a instabilidade política”. 

Os bispos pedem e imploram que a corrupção pare e que “a independência absoluta dos tribunais” seja consagrada na Constituição do Sri Lanka, porque só assim “o país poderá avançar com a esperança de soluções de longo prazo, como autossustentabilidade agrícola, economia orientada para a exportação, investimento estrangeiro e turismo”.

A tensão entre a Igreja Católica e o poder político tem sido grande, sobretudo depois dos atentados na Páscoa de 2019. O arcebispo de Colombo, cardeal Malcolm Ranjith, tem sido muito criticado por políticos próximos do poder.

 

A freira que quer mobilizar 100 mil religiosas na luta contra o tráfico humano

Irmã Seli Thomas

A freira que quer mobilizar 100 mil religiosas na luta contra o tráfico humano novidade

“Mais de 100 mil religiosas estão na Índia. (…) Se todas trabalhássemos juntas no combate ao tráfico através do nosso próprio ministério, poderíamos salvar muitas vidas”. O apelo foi lançado pela irmã Seli Thomas (religiosa indiana das Irmãs Catequistas de Maria Imaculada Auxiliadora), durante o encontro da AMRAT – Talitha Kum, aliança internacional de religiosas contra o tráfico, que decorreu no passado fim de semana na Índia.

Apoie o 7MARGENS e desconte o seu donativo no IRS ou no IRC

Breves

 

“Em cada oportunidade, estás tu”

Ajuda em Ação lança campanha para promover projetos de educação e emprego

“Em cada oportunidade, estás tu” é o mote da nova campanha de Natal da fundação Ajuda em Ação, que apela a que todos os portugueses ofereçam “de presente” uma oportunidade a quem, devido ao seu contexto de vulnerabilidade social, nunca a alcançou. Os donativos recebidos revertem para apoiar os programas de educação, empregabilidade jovem e empreendedorismo feminino da organização.

Amnistia pede a líderes africanos na COP28 que se unam em defesa dos direitos humanos

Alertando para "erros" do passado

Amnistia pede a líderes africanos na COP28 que se unam em defesa dos direitos humanos novidade

Os líderes africanos que vão participar na cimeira sobre o clima das Nações Unidas, COP28, “devem evitar os erros cometidos durante a Cimeira Africana do Clima”, que decorreu no passado mês de setembro, e na qual adotaram a Declaração de Nairobi sobre as Alterações Climáticas e Apelo à Ação. Porque esta, “em muitos aspetos, não deu prioridade efetiva aos direitos humanos e à justiça climática para o continente”, alertou a Amnistia Internacional.

Plataforma PAJE e associação ProChild distinguidas com o Prémio Direitos Humanos 2023

Iniciativa da Assembleia da República

Plataforma PAJE e associação ProChild distinguidas com o Prémio Direitos Humanos 2023 novidade

Duas organizações que têm trabalhado na área da proteção das crianças foram as escolhidas pela Assembleia da República para receber o Prémio Direitos Humanos 2023: a P.A.J.E. – Plataforma de Apoio a Jovens ex-Acolhidos e o ProChild – Laboratório Colaborativo. Será ainda atribuída a Medalha de Ouro Comemorativa do 50.º Aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos aos membros da extinta Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa, adianta um comunicado divulgado pelo Parlamento.

Igreja: não nos serve uma simples administração

Igreja: não nos serve uma simples administração novidade

Falemos claro, sem personalizar ou localizar, mas pelo que acontece, quase sempre e em toda a parte, nos mesmos cargos, e nas mesmas circunstâncias. Intervenhamos numa atitude conventual, numa expressão que hoje praticamente não se usa e nem sei se se pratica, a chamada “correcção fraterna”. Quero referir-me aos últimos acontecimentos, particularmente, na Igreja; novos Bispos sagrados e novos cardeais purpurados ou investidos e também novas colocações de Párocos. (Serafim Falcão)

Agenda

Fale connosco

Autores

 

Pin It on Pinterest

Share This