
Eleições no Brasil: os candidatos. Foto © Wikimedia Commons
Foram os Estados do Oeste e do Sul do país, onde há mais cristãos evangélicos do que católicos, que mostraram um apoio significativo ao atual Presidente Bolsonaro. Por outro lado, os estados do Nordeste do país, que são predominantemente católicos, votaram maioritariamente a favor de Lula da Silva, de acordo com a análise de um sociólogo brasileiro numa revista local editada 3 de outubro. No Brasil o voto é obrigatório para todos os cidadãos entre os 18 e os 70 anos.
O fundador do Partido dos Trabalhadores também é o preferido dos eleitores não-cristãos e ateus. Lula esteve muito tempo à frente nas sondagens eleitorais e por pouco não obteve a maioria absoluta na primeira volta das eleições presidenciais, com 48,38 por cento dos votos. Jair Bolsonaro, do Partido Liberal de extrema-direita, obteve 43,27 por cento. Durante a campanha eleitoral, ambos investiram muitos recursos para atrair o voto dos evangélicos que representam mais de um quarto da população brasileira.
Com a afirmação política dos valores cristãos e a crescente presença dos evangélicos nas questões nacionais, a relação entre religião e política tornou-se mais complexa, reconhece o sociólogo José Eustáquio Diniz Alves. Porém, no papel, o Brasil é um Estado laico onde as convicções religiosas, remetidas à esfera privada, não foram originalmente vistas como destinadas a servir enquanto escala de valores para avaliar a relevância de um potencial eleito.
*Tradução autorizada do texto publicado no portal francês Evangelicals.info