
Deslocados em Cabo Delgado. São cinco anos de imprevisibilidade, nota a MSF. Foto © Médecins Sans Frontières.
A organização Médecins Sans Frontières/Médicos Sem Fronteiras (MSF) continua “a preencher lacunas” na província moçambicana de Cabo Delgado, nomeadamente “nos cuidados de saúde e a responder a emergências tanto na comunidade de acolhimento como nas crescentes comunidades deslocadas, muitas vezes em colaboração com as autoridades sanitárias e outros parceiros”, de acordo com um comunicado.
Recordando que, a 5 de outubro, passaram cinco anos do início do conflito em Cabo Delgado, a organização traça um longo retrato das suas atividades “em curso no país”, que “vão desde a prestação de cuidados de saúde primários e secundários às pessoas deslocadas em Cabo Delgado, passando pela prestação de cuidados de saúde sexual e reprodutiva às populações estigmatizadas na Beira e pelo cuidado de doenças negligenciadas e de origem hídrica em Nampula”.
Estes foram “cinco anos de imprevisibilidade”, nota a MSF, “e de falta de perspetivas de um futuro estável”, com a organização a ter de abrir e encerrar projetos, que se iam adaptando “às necessidades das pessoas, à disponibilidade de assistência humanitária e à capacidade de acesso às áreas” pela MSF. Neste momento, a organização executa projectos estáveis nas cidades de Macomia, Palma, Mocímboa da Praia e Mueda, e mantém clínicas móveis em vários pontos desses distritos, bem como em Muidumbe, Nangade e Meluco.
No comunicado, a MSF nota que, perante “a sequência de novas vagas de deslocação”, as suas “equipas móveis visitam frequentemente diferentes áreas para fornecer distribuições ad hoc de artigos básicos de socorro e alimentos”.