
O exterior da Capela dos Coimbras, em Braga. Foto © Capela dos Coimbras
A capela privada mais antiga de Braga, localizada no centro histórico da cidade e que está classificada como monumento nacional, abriu ao público esta quarta-feira, 28 de julho. Os seus proprietários querem torná-la um ponto de paragem obrigatório de Braga, “quer pelo valor patrimonial e artístico que encerra, quer pelo seu jardim com esplanada, onde a partir de agora é possível usufruir do espaço, assistir a concertos e outras iniciativas culturais ou tomar alguma refeição ligeira.
“A recuperação desta Capela e sua Torre, ímpares na cidade de Braga, provém de uma ideia antiga nossa que se transformou numa vontade partilhada com muitas outras pessoas e entidades”, explica Rodrigo de Coimbra Lencastre, administrador do Morgadio dos Coimbras e descendente de D. João de Coimbra, vigário-geral da diocese de Braga, que no início do século XVI mandou edificar a capela. “Voltar a partilhar com a comunidade este magnífico património artístico e arquitetónico e sua espiritualidade e beleza ascética” era um dos grandes objetivos da família, sublinha, citado num comunicado enviado ao 7MARGENS.
Edificada entre 1525 e 1528, a capela foi classificada como Monumento Nacional a 16 de junho de 1910. Terá sido concebida pelo Mestre João de Castilho, considerado um dos maiores arquitetos do século XVI e um dos grandes da Europa do Renascimento, que muito contribuiu para a afirmação deste estilo em Portugal. Castilho está ligado não só à Capela dos Coimbras, como a outros cinco monumentos classificados pela UNESCO como Património Mundial (Mosteiro dos Jerónimos, Convento de Cristo, Mosteiro de Alcobaça, Mosteiro da Batalha e Fortaleza de Mazagão).
No interior da Capela, que foi sujeita a uma intervenção de conservação e restauro, destacam-se um retábulo de pedra renascentista e um conjunto escultórico com imagens calcárias em tamanho real, atribuídos a João de Ruão (século XVI) e vários painéis azulejares setecentistas (1710 /1720), com temáticas alusivas ao livro do Génesis, da autoria do mestre azulejista P.M.P.

Até Outubro, será aberto o Café-Museu como “espaço de cultura, de exposição, de tertúlia, e que permitirá, durante os meses em que chove e faz mais frio, melhor acolher quem nos visita”, explica Luís Aguiar Campos, da Signinum, empresa que liderou o processo de restauro. Ao mesmo tempo, serão objecto de restauro também os exteriores. O mesmo responsável acrescenta que, enquanto durarem as obras, será possível aos visitantes subir aos andaimes, o que permitirá acompanhar de perto os trabalhos de conservação e ter uma vista diferente sobre a cidade.
No jardim por trás da capela foi instalado um café com esplanada, onde podem decorrer concertos, apresentações de livros e outras actividades culturais. A Capela pode ser visitada todos os dias, das 9h30 às 18h30. O jardim e a esplanada funcionarão até às 23h.