
Cardeal Rainer Maria Woelki, arcebispo de Colónia. Foto: Diocese de Colónia/Wikimedia Commons
Diversos jornalistas abandonaram uma conferência de imprensa convocada para esta terça-feira, 5, pela arquidiocese de Colónia (Alemanha), a propósito da divulgação de um relatório inédito sobre casos de abuso sexual de menores dentro da Igreja. Na origem do protesto esteve um pedido de que assinassem um acordo onde se comprometiam a manter o conteúdo da investigação “em segredo”, divulgou a rádio Deutsche Welle na sua página digital.
A conferência tinha como principal objetivo explicar alguns problemas relacionados com a metodologia utilizada durante a investigação, os quais, segundo o arcebispo de Colónia, cardeal Rainer Maria Woelki, terão estado na origem do cancelamento da publicação do relatório na sua forma atual. Woelki é considerado um dos mais conservadores membros do episcopado alemão, no sentido em que se tem oposto a várias propostas de reforma surgidas no seio da Igreja Católica na Alemanha.
Após terem anunciado que mostrariam aos jornalistas o relatório, os representantes católicos pediram-lhes que assinassem um compromisso de manter o seu conteúdo “em segredo”, nomeadamente as informações sobre os delitos, presumíveis autores e funcionários eclesiásticos envolvidos. “O jornalista compromete-se a guardar absoluto silêncio sobre esta informação”, podia ler-se no acordo proposto.
O relatório em causa foi solicitado por Woelki no final de 2018 e conduzido pelo escritório de advogados alemão Westpfahl Spilker Wastl. O arcebispo prometeu que o resultado da investigação será revisto por uma segunda equipa jurídica e publicado em março deste ano, o mais tardar.
O arcebispo de Colónia enfrenta ele próprio acusações de ter encoberto denúncias de abuso sexual envolvendo um padre da diocese e inúmeros religiosos pediram esta semana o seu afastamento do cargo.