
Cardeal Rainer Maria Woelki. Foto: Diocese de Colónia/ Wikimedia Commons
O Conselho Pastoral da diocese de Colónia tornou público, após a sua última reunião plenária, que deixou de confiar no seu arcebispo, o cardeal Rainer María Woelki. Tal quebra de confiança radica no modo com este tem conduzido as investigações sobre casos de abusos sexuais na arquidiocese, noticia o jornal Kairós News.
Na sua inédita decisão, a assembleia plenária do Conselho Pastoral considerou inaceitável que “as investigações em curso sobre abusos sexuais denunciados continuem sem produzir resultados” e que o cardeal deve “assumir as suas responsabilidades e não atrasar mais o esclarecimento e as consequentes decisões legais”.
Woelki tem sido acusado de encobrir ativamente diversos casos de pedofilia, nomeadamente um caso envolvendo um pároco de Dusseldórfia que, entre 1971 e 1996, terá abusado de diversos menores. Depois de ter suspendido as investigações sobre as queixas recebidas pela arquidiocese que entregara em 2018 a uma firma de advogados de Munique, o cardeal recusou na semana passada divulgar o relatório de uma segunda equipa de advogados por si nomeados, desculpando-se com “graves deficiências metodológicas” que o documento teria. Esta foi a gota de água que levou à tomada de posição do Conselho Pastoral.
“A forma como se comporta à frente do arcebispado de Colónia é inacreditável, sobretudo num momento em que a nossa igreja atravessa a mais grave crise da sua história” afirmou ao diário Kolner Stadt-Anzeiger o presidente do Conselho Pastoral, o autarca Tim Kurzbach, que acrescentou: “Como instância moral, o arcebispo de Colónia falhou redondamente.”