
Christoph Schönborn, arcebispo de Viena Foto © GuentherZ/Wilkimedia Commons
O cardeal arcebispo de Viena, Áustria, foi claro no seu comentário à posição da Congregação da Doutrina da Fé (CDF) sobre a bênção a casais homossexuais. Se a Igreja é mãe, não pode deixar de abençoar e uma bênção não é um prémio por bom comportamento mas um pedido de presença e protecção.
“Não fiquei feliz com esta declaração” da CDF, observou o cardeal. “Pela simples razão de que a mensagem que passou nos media de todo o mundo foi apenas um ‘não’. E este é um ‘não’ à bênção, algo que fere profundamente muitas pessoas, como se dissessem: “Mãe, não tem uma bênção para mim? Afinal, eu também sou seu filho”.
Em entrevista ao jornal Der Sonntag (O Domingo) da sua arquidiocese, Schönborn recordou que a Igreja “é mater et magistra: deve ensinar, mas acima de tudo é mãe”.
Cardeal considerado próximo do Papa, que teve um papel de grande relevo em alguns passos decisórios do Sínodo da Família, o arcebispo de Viena concedeu que a preocupação da CDF foi acautelar que, a pretexto da bênção, não se criasse a ideia de que se estava perante um ritual idêntico ou equivalente ao sacramento do matrimónio. Porém, acrescentou, “se o pedido não for um espetáculo, se for sincero e for realmente o pedido da bênção de Deus para uma vida que duas pessoas, em qualquer situação, procuram levar, então não deve ser negada”, ainda que se deva “refletir cuidadosamente sobre a forma correta de a fazer”.
“Muitas mães abençoam os seus filhos. A minha mãe ainda faz isso hoje. Não saio de casa sem ela me abençoar. Uma mãe não rejeita a bênção, mesmo que seu filho ou filha tenha problemas na vida. Pelo contrário”, observou também.