
À chegada ao Líbano, o cardeal Pietro Parolin encontrou-se com os líderes religiosos do país na catedral maronita de São Jorge (Beirute). Foto: Vatican News.
O enviado do Papa ao Líbano, cardeal Pietro Parolin, chegou a Beirute esta quinta-feira, 3 de setembro, para viver junto do povo libanês o dia universal de oração e jejum convocado por Francisco. Num encontro com os líderes religiosos do país, recordou que a iniciativa do Papa obteve consenso em “muitos países de todos os continentes” e assegurou que o Líbano pode continuar a contar com a solidariedade do Vaticano.
Ao encontro, que decorreu na catedral maronita de São Jorge, em Beirute, seguiu-se a celebração da eucaristia no Santuário de Harissa, dedicado a Nossa Senhora do Líbano. “É verdade que os libaneses estão a viver momentos de aflição. Estão sobrecarregados, exaustos e frustrados. Mas não estão sozinhos”, disse o Secretário de Estado da Santa Sé durante a homilia, citado pelo Vatican News.
“O nosso sofrimento pode ajudar-nos a purificar as nossas intenções e fortalecer a nossa determinação de viver juntos em paz e dignidade, de lutar por um governo melhor que promova a transparência e a responsabilidade. Juntos, podemos vencer a violência e todas as formas de autoritarismo, promovendo uma cidadania inclusiva baseada no respeito dos direitos e deveres fundamentais”, sublinhou Parolin.
O cardeal manifestou não ter dúvidas de que “os libaneses reconstruirão o seu país, com a ajuda de amigos e com o espírito de compreensão, diálogo e convivência que sempre os distinguiu” e apelou aos presentes para “insistir com todos os líderes políticos libaneses, tanto os dos partidos tradicionais quanto os dos movimentos recém-formados, na promoção sincera e concreta dos talentos dos jovens, suas aspirações de paz e um futuro melhor”.
Depois, recordou as palavras que Francisco dissera na véspera, ao anunciar o dia de oração: “Tenham coragem, irmãos, que a fé e a oração sejam a vossa força. Não abandonem as vossas casas nem a vossa herança. Não deixem cair o sonho daqueles que acreditaram num país belo e próspero.”
A visita de Parolin, que se realizou um mês após as explosões no porto de Beirute que causaram 220 mortos, 6 mil feridos e 300 mil deslocados, prosseguiu esta sexta-feira, onde pela manhã foi recebido no palácio presidencial de Baabda, antes de se dirigir ao local das explosões no porto de Beirute para um momento de oração, diante da estátua do emigrante.
O representante do Papa visitou em seguida os hospitais devastados do bairro de Achrafieh e encontrou-se com algumas das vítimas das explosões, tendo percorrido as áreas da cidade mais afetadas pela destruição.