
Cardeal-Patriarca de Lisboa preside a missa em rito bizantino com a comunidade ucraniana na igreja de S. Jorge de Arroios, em Lisboa. Foto © Patriarcado de Lisboa
O cardeal-patriarca de Lisboa presidiu este domingo em Arroios à Missa do primeiro domingo da Quaresma, com a comunidade ucraniana, evocando os seus familiares e amigos “mais diretamente afetados pela guerra”. “Aqui em Lisboa, como em todo o Portugal, estais em vossa casa! As Igrejas de Portugal estão convosco, o povo português está convosco! Estais em vossa casa”, disse aos participantes, no final da celebração, citado pela Ecclesia.
Manuel Clemente dirigiu-se aos imigrantes que já vivem em território português e “outros que venham”. “É a vossa casa”, insistiu, na igreja de São Jorge de Arroios, ladeado por capelães da comunidade greco-católica, que celebram em rito bizantino.
O cardeal começou por explicar que sentia a obrigação de estar com a comunidade ucraniana, neste momento de conflito. “A vossa pátria vive uma Quaresma muito especial, em que os sentimentos mais profundos são os que valem: o sentido da paz, o sentido da justiça, o sentido da reconciliação”, indicou.
Cá fora, aos jornalistas, o Cardeal-Patriarca de Lisboa lamentou “tantas vidas estragadas, de ucranianos e de russos… Porquê? Com a guerra perde-se tudo, com a paz há tudo a ganhar”, referiu, citado pela Família Cristã.
Sobre a celebração, elogiou a “expressividade dos cantos e orações”. “Estas pessoas, que não desistem de largar o seu coração de crentes a Deus, que tanto está aqui como está lá, alimentam assim a sua esperança, apesar de terem o coração muito apertado com os seus familiares lá”, disse.

Na fila da frente, ao meio, a embaixadora da Ucrânia em Portugal, Inna Ohnivets, participa na missa presidida por D. Manuel Clemente. Foto © Patriarcado de Lisboa
A missa teve a participação da embaixadora da Ucrânia em Portugal, que saudou a ajuda humanitária de muitos países. “Esta ajuda vai passar a fronteira da Ucrânia com a Polónia, com a Eslováquia e com a Roménia”, disse Inna Ohnivets, aos jornalistas.
A embaixadora ucraniana explicou que os ucranianos não pertencem ao mundo russo. “Hoje viemos aqui a esta igreja católica rezar juntamente com os portugueses. Isso significa que a Ucrânia pertence ao mundo ocidental, não ao mundo russo, porque o mundo russo, como podemos ver, é um mundo de tortura, morte e crueldade”, concluiu.