
Cardeal Henryk Gulbinowicz. Foto: Direitos reservados
O cardeal polaco Henryk Gulbinowicz, 97 anos, antigo arcebispo de Breslávia (Wroclaw), foi punido com a proibição de realizar cultos ou participar em acontecimentos públicos, depois de o Vaticano ter considerado fundadas as acusações de abuso sexual de menores e de encobrimento que atingem o cardeal desde há um ano, e que ainda estão a ser investigadas.
Como recorda o Religión Digital, o escritor Karol Chum denunciou publicamente em Maio de 2019 que tinha sido abusado sexualmente por Gulbinowicz em Janeiro de 1990, quando, aos 16 anos, era seminarista em Wroclaw (sudoeste da Polónia, a cerca de 150 quilómetros da fronteira com a Alemanha).
“Após análise” de outros elementos do “passado do cardeal” (incluindo suspeitas de encobrimento de casos de abuso quando era arcebispo), o Vaticano proibiu-o de realizar cultos religiosos ou de participar em eventos públicos, informa a mesma fonte.
A embaixada do Vaticano em Varsóvia declarou também que ao cardeal (já reformado) foi igualmente negado o uso da insígnia episcopal. A possibilidade de ser enterrado na catedral aquando da sua morte, uma prerrogativa de um cardeal) é excluída.
Segundo a Nunciatura Apostólica (embaixada do Vaticano) em Varsóvia, Gulbinowicz deve agora fazer uma doação “apropriada” à Fundação São José, da Conferência Episcopal Polaca, que fornece apoio psicológico às vítimas de violência sexual e previne o abuso.
Com 97 anos, Gulbinowicz é o segundo cardeal mais velho da Igreja Católica. Ordenado em 1950, recebeu o barrete cardinalício do Papa João Paulo II.
O anúncio desta decisão surge quando se aguarda a divulgação do relatório completo sobre o antigo cardeal norte-americano Theodore McCarrick, destituído de todos os seus títulos e condição de padre. O relatório pode ser divulgado já este sábado.