
A instituição prestava particular atenção ao fenómeno dos migrantes, desenvolvendo iniciativas humanitárias para apoiar em especial os menores e doentes. Foto © Caritas International
A Igreja Católica da Argélia anunciou o encerramento, a partir de 1 de outubro, de todas as atividades e obras de caridade implementadas pela Cáritas Argélia, O encerramento “completo e definitivo” foi comunicado através de uma declaração assinada pelo arcebispo emérito de Argel, Paul Desfarges, onde se refere que “a medida drástica é tomada em cumprimento do pedido das autoridades públicas argelinas”, avança o Vatican News.
As autoridades não informaram a Igreja sobre as razões que levaram a esta tomada de decisão, mas fontes locais, contactadas pela Agência Fides, referem que “a medida parece ligada à política geral de restrições implementada nos últimos tempos em relação a ONG estrangeiras e multinacionais”.
“A Igreja Católica – pode ler-se no comunicado assinado pelo arcebispo emérito de Argel – faz questão de agradecer a todas as pessoas que contribuíram ao longo dos anos, e de diversas formas, para fazer viver esta obra ao serviço dos mais vulneráveis e do povo argelino”.
As iniciativas da Cáritas Argélia eram concebidas e implementadas em benefício das camadas mais vulneráveis da população argelina, 97 por cento da qual é muçulmana. Além disso, a instituição prestava particular atenção ao fenómeno dos migrantes, desenvolvendo iniciativas humanitárias para apoiar em especial os menores e doentes, sem nunca assumir nenhuma identificação política.
Alguns líderes da comunidade católica local apontam que “as autoridades argelinas ainda não levaram em consideração todas as razões objetivas que atestam a singularidade da Cáritas como braço caritativo da Igreja Católica”, caráter esse que a distingue substancialmente e “estatutariamente” das ONG, incluindo as envolvidas nos campos da assistência e ajuda humanitária.