
Obras de construção de um dos estádios de futebol para o Campeonato do Mundo do Qatar, em 2022. Foto: Amnistia Internacional
“Na encíclica Fratelli Tutti, o Papa Francisco, no capítulo ‘A política melhor’ alerta para cuidados a termos com o mercado enquanto ‘dogma de fé neoliberal’ e para não aceitarmos que a economia ‘assuma o poder real do Estado’; diz-nos que para que a política seja melhor ‘a grande questão é o trabalho’ e ‘conseguir que a organização de uma sociedade assegure a cada pessoa’ trabalho digno.”
A afirmação é do investigador e professor universitário Manuel Carvalho da Silva, antigo líder da CGTP, que na sua crónica deste fim-de-semana no Jornal de Notícias, fala sobre o sindicalismo e a importância de “nutrir” as suas raízes.
“Em Portugal, é muito necessário reforçar o apelo de Francisco”, acrescenta o antigo sindicalista, que cita o Papa, quando afirma: “Insisto que ajudar os pobres com o dinheiro deve sempre ser um remédio provisório para enfrentar emergências. O verdadeiro objetivo devia ser sempre consentir-lhes uma vida digna, através do trabalho.”
No artigo, que pode ser lido na íntegra na ligação já referida, Carvalho da Silva sublinha o “quadro político e social de enorme complexidade e carregado de riscos” em que este ano se assinalou o 1º de Maio, Dia Mundial do Trabalhador. “A história mostra-nos que em contextos como o que estamos a viver, em que a humanidade parece caminhar para o abismo, é imprescindível uma atenção redobrada ao mundo do trabalho e à importância da organização e da ação coletiva dos trabalhadores.”