Paquistão

Clérigos muçulmanos pediram perdão pela perseguição de cristãos

| 27 Ago 2023

Paquistão. Liberdade religiosa. Islão. Casamento forçado.

Imagem de uma manifestação de cristãos no Paquistão, em 2020, contra conversões forçadas. As tensões entre cristãos e muçulmanos  no país têm crescido nas últimas semanas. Foto © ACN-Portugal

O arcebispo de Lahore, no Paquistão, revelou que vários clérigos muçulmanos do país pediram perdão pelas perseguições e destruições praticadas por fiéis muçulmanos às comunidades cristãs de Jaranwala, no estado do Punjab, há cerca de uma semana, comprometendo-se a ajudar a minorar o sofrimento infligido.

De acordo com o arcebispo Sebastian Shaw, citado pela agência Fides, um dos dirigentes religiosos mais importantes do país “pediu perdão aos cristãos, tendo-o feito em privado, ao falar com os afetados, e também em público, numa conferência de imprensa, depois de ter verificado a extensão da violência que afetou habitações e tempos”.

Dirigindo-se às famílias cristãs, vários dos clérigos muçulmanos prometeram pagar-lhes a escolarização dos filhos incluindo a universidade, uma vez que, em muitos casos, perderam tudo. “Os vossos filhos são nossos filhos. Não se preocupem, que nós cuidaremos deles”, afirmaram.

A visita às zonas mais atingidas pela onda de violência reuniu, em simultâneo, o arcebispo Shaw e três delegações muçulmanas de ramos distintos do Islão. Entre eles, encontrava-se o chefe do Conselho de Ulemas paquistanês que se emocionou até às lágrimas, durante a visita, pedindo perdão aos cristãos; e o ímã da mesquita de Lahore, a maior do país, que fez uma forte condenação do sucedido, assegurando que exercer violência contra inocentes nada tem a ver com os ensinamentos do Islão.

A visita aos locais da tragédia, a solidariedade e proximidade com as comunidades cristãs e a vontade de ajudar na educação e na reconstrução de casas e igrejas são vistos pelo arcebispo local como muito importantes, já que «contribuem para mudar a cultura e a mentalidade». Reconheceu, por outro lado, que esta atitude tem relação com o esforço que a Igreja Católica tem feito no sentido do diálogo inter-religioso.

Recorde-se que a eclosão da violência se deu em 16 de agosto último, tendo sido atacadas 86 casas de cristãos e 20 igrejas, levando à fuga de muitas outras pessoas. Terá sido desencadeada por alegadas ofensas ao Corão, por parte de dois cristãos. Grupos de muçulmanos começaram a movimentar-se, vandalizando tudo o que podia ser identificado com o cristianismo. Mesmo da casa das pessoas, atiraram o recheio à rua, amontoando-o em frente a igrejas locaise pegando-lhe fogo. 

Entretanto, o Fórum Asiático para o Desenvolvimento e os Direitos Humanos (FORUM-ASIA) e as seis organizações que o integram instaram o governo paquistanês a pôr em prática a lei de modo a combater a violência contra minorias religiosas. este apelo numa declaração de 24 de agosto, referindo-se à violência ocorrida na semana passada na província de Punjab, em que foram atacadas as casas de cristãos e igrejas, obrigando muitas famílias cristãs a fugir.

Os relatos vindos do país sugerem que este está longe de ser um ato isolado de perseguição e violência. De resto, para além do Paquistão, os cristãos de várias igrejas têm sido igualmente vítimas noutros países da Ásia, como a Índia, a China, Vietname e Laos.

 

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