
Muro de entrada do Colégio de S. Tomás: a direção escreveu aos pais, dizendo que partilha a sua “perplexidade e dor” pelo sucedido. Foto © 7Margens.
A direcção do Colégio S. Tomás, em Lisboa, onde um dos capelães deixou de prestar funções por estar num grupo de WhatsApp com alunos com os quais trocou mensagens (incluindo vídeos) de carácter obsceno, enviou uma carta a todos os pais de alunos da escola dizendo que lamenta “muito o sucedido” e informando que o caso está entregue à comissão do patriarcado para a Protecção de Menores e às autoridades judiciárias, que “estão a seguir o processo”.
O documento, a que o 7MARGENS teve acesso nesta sexta-feira, foi enviado aos pais ainda na quinta-feira, cerca das 19h30, pouco mais de duas horas depois de a notícia sobre os factos ter sido por nós divulgada. A carta seguiu através da intranet que o colégio tem para divulgar informação aos pais, que são alertados por correio electrónico quando há informação nova.
“Da nossa parte temos a disposição plena de colaborar em tudo o que for necessário”, asseguram a reitora do colégio, Isabel Almeida e Brito, e Filipa Villas-Boas, directora-geral da Apecef (Associação para a Educação, Cultura e Formação), proprietária do Colégio S. Tomás, que assinam a carta.
No texto, as duas responsáveis começam por reiterar o que a reitora tinha afirmado horas antes, em declarações ao 7MARGENS “Na sequência das referências ao Colégio em notícias hoje [quinta-feira] publicadas, vimos dar-vos conta de que o Padre Duarte Andrade e Sousa foi preventivamente afastado pelo Patriarcado de Lisboa das suas funções pastorais, estando já suspensa a sua colaboração como capelão do nosso colégio a seu pedido.”
Acrescentando que dão a informação “com muita tristeza”, as duas responsáveis dizem que o padre Duarte “reconheceu imediatamente perante a direção do Colégio os factos em causa, manifestando o seu profundo pesar”.
Remetendo para o comunicado do Patriarcado, onde se informava a decisão de suspender “um padre do seu presbitério” (que não era identificado) das suas funções pastorais, Isabel Almeida e Brito e Filipa Villas-Boas repetem que na base das decisões tomadas está “uma troca de mensagens contendo linguagem inapropriada num grupo do Whatsapp com alunos do 12º ano”. Acrescentam ainda que não há “actualmente notícia de qualquer outro tipo de comportamento inadequado”.
Alguns pais com quem o 7MARGENS falou interpretam a referência ao 12º ano como uma forma implícita de dizer que não há alunos mais novos envolvidos, já que Duarte Andrade e Sousa era capelão do 2º ciclo do ensino básico (5º e 6º anos).
“A todas as famílias pedimos desculpa pelos factos. Compreendemos e partilhamos a vossa perplexidade e dor”, diz o texto, que termina com um apelo e uma manifestação de disponibilidade: “Gostaríamos de contar com a ajuda de todos para continuar a construir um ambiente educativo verdadeiro para todos os alunos e suas famílias. Interessam-nos as vossas sugestões e comentários, e estamos disponíveis para informar de viva voz todos os interessados. Confiamos a Deus esta tribulação.”
Também na página do colégio na internet as duas responsáveis assinam um comunicado público, que no essencial resume o conteúdo da carta aos pais.